POLÍTICA – CPMI votará relatório que acusa Bolsonaro e generais do golpe de 8 de janeiro, enquanto opositores criticam omissão de Lula e Dino.

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPMI) que investiga os atos golpistas do 8 de janeiro votará, na tarde desta quarta-feira (18) o relatório apresentado ontem pela senadora Eliziane Gama (PSD-MA). A parte da manhã foi dedicada a ouvir as manifestações dos parlamentares sobre o documento que pediu o indiciamento, por tentativa de golpe de Estado, do ex-presidente Jair Messias Bolsonaro e mais 60 pessoas – dos quais 8 são generais das Forças Armadas.

Durante a leitura do documento, a relatora afirmou que o 8 de janeiro foi uma tentativa de golpe e que por trás estava Jair Messias Bolsonaro. Eliziane Gama destacou que a democracia foi atacada e que massas foram manipuladas com discursos de ódio. Além disso, ela defendeu que forças de segurança foram cooptadas e que tentaram corromper, obstruir e anular as eleições.

A relatora também destacou que Bolsonaro nunca nutriu simpatia por princípios republicanos e democráticos, atentando contra as instituições estatais desde o primeiro dia de seu governo. A oposição criticou a ausência de pedidos de indiciamento de outros políticos, como o ex-chefe do GSI, o ministro da Justiça e o ex-diretor adjunto da Abin, além do presidente Lula.

Durante as manifestações, parlamentares destacaram a história de militares se envolvendo com política no Brasil e a perseguição à democracia. Segundo eles, Bolsonaro tentou dominar o país e definir os rumos do Brasil sem levar em conta a perspectiva de pluralidade e diversidade.

Os relatórios alternativos apresentados pela oposição também foram criticados, pois, segundo eles, passam “pano” para casos como o do homem que tentou explodir o aeroporto de Brasília para impedir a posse do presidente Lula.

Houve também debates sobre a participação de hackers e o papel do chamado “gabinete do ódio” na tentativa de golpe. Alguns parlamentares argumentaram que o ódio se tornou uma prática política para o bolsonarismo, e que isso precisa ser responsabilizado.

Porém, o ex-ministro Sérgio Moro argumentou que não existem evidências concretas de que o 8 de janeiro foi uma tentativa de golpe e criticou o pedido de indiciamento dos militares. Ele afirmou que não houve movimentação dos militares em favor de um golpe e que é preciso ter evidências concretas para propor indiciamentos.

A CPMI votará o relatório com suas conclusões, e o trabalho da comissão será finalizado quando todos os golpistas forem condenados e pagarem pelo ataque à democracia, segundo o senador Fabiano Contarato.

Os debates na CPMI mostraram a importância de investigar os atos golpistas do 8 de janeiro e responsabilizar os envolvidos, buscando fortalecer a democracia e evitar futuras tentativas de golpe. A votação do relatório será uma etapa fundamental nesse processo.

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