Apesar do apoio expresso pela ANPR, a associação reforçou que continuará lutando pela institucionalização da lista tríplice para a indicação do PGR. Esta é a primeira vez que o presidente não indicou um dos nomes da lista enviada pela associação em junho deste ano, o que gerou questionamentos e controvérsias.
Lula havia afirmado que faria a escolha do novo PGR “com mais critério” devido à perda de confiança na atuação do Ministério Público, sobretudo relacionada à Operação Lava Jato, que investigou, condenou e prendeu Lula em 2018. Em março do ano passado, o Supremo Tribunal Federal anulou as condenações do ex-presidente.
Paulo Gonet, de 57 anos, é subprocurador-geral da República e vice-procurador-geral Eleitoral, com 37 anos de carreira no Ministério Público. Contudo, seu nome sofre resistência de entidades jurídicas e movimentos sociais, que questionam seus posicionamentos contrários à política de cotas em universidades públicas e sua atuação na Comissão de Mortos e Desaparecidos na década de 1990.
Apesar disso, a ANPR acredita que a trajetória intelectual e profissional de Gonet o qualifica para o cargo, e que ele terá independência e defenderá os valores essenciais da Constituição. A decisão de escolher Gonet para o cargo de PGR tem gerado polêmica e discussões sobre a atuação do Ministério Público e a escolha do presidente para o cargo.
A indicação de Gonet para o cargo de PGR ocorreu após a saída de Augusto Aras, que encerrou seu mandato no fim de setembro. Enquanto aguarda pela aprovação no Senado, a vice-procuradora Elizeta Ramos assumiu interinamente o comando do órgão.