Polêmica na sabatina do Senado: Moro recebe Dino com abraço e afagos, irritando aliados de Bolsonaro e Lula

Durante a sabatina na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, o ex-juiz federal da Operação Lava-Jato, Sergio Moro (União Brasil-PR), e o ministro escolhido para o Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino, protagonizaram um momento de afagos que gerou polêmica. A cena foi registrada pelas câmeras e rapidamente repercutiu nas redes sociais, principalmente entre lideranças da direita.

O rompimento entre Moro e o ex-presidente Jair Bolsonaro já havia ocorrido em maio de 2020, quando o ex-juiz deixou o cargo de ministro da Justiça e denunciou o então mandatário por suposta interferência na Polícia Federal (PF). No entanto, durante a campanha eleitoral do ano passado, os dois voltaram a se aproximar e estiveram juntos em um dos debates presidenciais. Desde que assumiu seu mandato no Senado, Moro aderiu à oposição ao governo federal, o que foi encarado como um aceno aos eleitores bolsonaristas.

No entanto, a foto de Moro cumprimentando Dino gerou uma reação imediata por parte do clã Bolsonaro, que levantou críticas e ironias nas redes sociais. O filho do presidente, Carlos Bolsonaro, ironizou Moro no Instagram, fazendo referência a uma fala do governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), que é criticada pelos apoiadores de Bolsonaro. Além disso, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro debochou da situação, e o deputado federal Eduardo Bolsonaro publicou uma frase atribuída ao ex-primeiro ministro do Reino Unido Winston Churchill.

Parlamentares da tropa de choque bolsonarista, como Nikolas Ferreira e André Fernandes, também se manifestaram nas redes sociais, questionando o posicionamento de Moro em relação a Dino e criticando sua conduta. O deputado Fernandes chegou a afirmar que Moro traiu o povo brasileiro e manifestou desejo de que seu processo de cassação ocorra o mais rápido possível.

Por outro lado, aliados do ex-presidente Lula também criticaram Moro, apontando falhas em sua gestão na área de segurança pública. O deputado federal Bohn Gass afirmou que o ex-juiz falhou ao não tomar providências contra as milícias quando foi ministro da Justiça.

Enquanto isso, aliados de Moro, como sua esposa Rosângela Moro e o ex-procurador da Lava-Jato Deltan Dallagnol, permaneceram em silêncio. Segundo relatos, Dallagnol teria se manifestado de forma crítica em relação ao gesto de Moro, afirmando que jamais pagaria o preço de se aliar a Dino para evitar sua cassação.

A troca de afagos entre Moro e Dino durante a sabatina no Senado gerou um intenso debate e desdobramentos inesperados nas redes sociais, mostrando as tensões políticas que giram em torno do ex-juiz da Lava-Jato.

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