No entanto, as empresas de aplicativos de entrega, como Uber, DoorDash e Grubhub, já estão fazendo alterações em seus aplicativos que os trabalhadores afirmam que podem reduzir suas horas e limitar o potencial de ganhos a longo prazo. Uma das mudanças mais polêmicas é a maneira como a gorjeta é solicitada. As empresas afirmam que terão que repassar o aumento dos custos aos consumidores na forma de taxas adicionais.
Como resultado, tanto o Uber quanto o DoorDash mudaram a solicitação de gorjeta no aplicativo para aparecer depois que os clientes já tiverem feito seus pedidos, o que pode significar menos gorjetas para os motoristas. Além disso, os salários mais altos também significam que as empresas não poderão recrutar tantos trabalhadores, exigindo a realização de mais entregas com menos motoristas.
As gorjetas costumavam representar até metade dos ganhos semanais totais dos motoristas, mas agora representam apenas 5% a 15%, de acordo com os recibos de pagamento de alguns motoristas. Eles também relatam ter recebido mais pedidos sem gorjetas, mesmo com o aumento de seus ganhos totais. O Uber adicionou uma taxa de US$ 2 a todos os pedidos de entrega e informa aos clientes que “a gorjeta continua sendo opcional”.
Essas mudanças têm preocupado os motoristas, que dependem das gorjetas para complementar seus salários. Antes da regra do salário mínimo, os trabalhadores de aplicativos de entrega levavam para casa, em média, US$ 11,12 por hora com gorjetas, ou US$ 4,03 por hora sem gorjetas, o que está bem abaixo do salário mínimo padrão da cidade de US$ 15.
A regulamentação da “economia de bicos” tem se tornado uma preocupação crescente para autoridades em Nova York e em outras grandes cidades. No mês passado, o Uber e a Lyft concordaram em pagar aos motoristas de Nova York US$ 328 milhões em salários atrasados e instituir uma série de reformas trabalhistas. Enquanto isso, a União Europeia apoiou um acordo para potencialmente reclassificar milhões de motoristas como empregados, o que lhes concederia benefícios como licença remunerada, seguro-desemprego e um salário mínimo.
A luta dos motoristas de aplicativos de entrega parece estar longe do fim, e o impacto das recentes mudanças na legislação continua sendo uma preocupação para esses trabalhadores.