Cada vez mais bonita, Pilar ganhou, nesta quinta-feira (28), mais uma obra que já encanta a todos. Isso porque, além de resgatar a história da cidade, a Escadaria do Amor – Virgínia Santos também eterniza a cultura e tradição dos pilarenses – que, agora, podem desfrutar de um cenário que remete a paisagens europeias, tamanho o requinte com o qual cada detalhe foi pensado.
Com a intervenção da Prefeitura, a escadaria se tornou o mais novo ponto turístico do Pilar. Presente à solenidade de inauguração, o prefeito Renato Filho destacou a importância do novo e convidativo espaço de convivência. “Faço questão de agradecer a todos que nos ajudaram, especialmente ao Alex Costa, que é um grande artista pilarense e foi o principal responsável por tudo isso”, afirmou o gestor.
Já o artista plástico que concebeu o projeto da escadaria não conseguiu esconder a emoção. “Agradeço ao prefeito e à deputada estadual Fátima Canuto por tamanho carinho e sensibilidade, por valorizar verdadeiramente o artista da terra. Posso dizer que o pilarense é privilegiado por ter pessoas como vocês, que fazem tudo com amor. Nunca fomos tão valorizados, e é por isso que vou carregar este sentimento de gratidão pelo resto da vida”, disse Alex.
A parlamentar, por sua vez, frisou a alegria de poder prestigiar mais um momento marcante para a população pilarense. “O Pilar sempre foi um celeiro de grandes artistas, e você, Alex, é um deles. E fico muito orgulhosa por novamente contribuir com a transformação dessa cidade”, declarou Canuto, acrescentando que a escadaria é mais um local “instagramável” – termo dado a pontos turísticos cujas belezas propiciam a reprodução de imagens em rede social.
Além do evento de inauguração, secretários municipais, vereadores e demais convidados também prestigiaram os shows de Black Will e Afro Ginga, ambos pilarenses e integrantes do Junho Alagoano – projeto desenvolvido pela Secretaria de Estado da Cultura (Secult), Horizonte Produções e Bloco Flor de Liz, do cantor alagoano Djavan, e cujo principal objetivo é promover a cultura em todo o estado.
Saiba mais
E não falta história para descrever a origem da escadaria. Os 17 degraus feitos com mosaicos trazem imagens que remetem à cultura e tradição locais, como o Santo Cruzeiro e o Boi do Canário. Situada na região central da cidade, entre a Casa da Cultura Arthur Ramos e a Igreja do Rosário (primeira Matriz do Pilar), a escadaria começou a ser revitalizada em 2017 – quando passou a ganhar uma nova roupagem, sem, contudo, perder sua essência.
A obra, inclusive, atende a pedido especial de uma ex-funcionária do Ginásio de Esportes Nossa Senhora do Pilar, que fica em frente à escadaria. Isso porque, segundo moradores da região, Virgínia Santos era conhecida por todos como a maior defensora do lugar que esteve abandonado por décadas.
“Nós também buscamos manter aquele aspecto de cidade de interior que nos apaixona. Já as três estátuas que complementam a reforma foram idealizadas pela deputada Fátima Canuto”, conta a diretora de Cultura Ruthnea Camêlo, referindo-se às esculturas do poeta pilarense José Benjamin, do dramaturgo e poeta pernambucano Ariano Suassuna – que, a convite de Benjamin, conheceu a cidade do Pilar em 2012 –, e do escravo Francisco, última pessoa condenada à pena de morte no Brasil. Todas as imagens também foram feitas pelo artista Alex Costa.
A estátua do escravo, por sua vez, merece um capítulo à parte. É que Francisco pediu para fazer uma oração na Igreja do Rosário, que ladeia a escadaria, antes de ser morto no dia 28 de abril de 1876. Ele foi condenado à forca por matar a pauladas e punhaladas um casal de moradores do Pilar. O assassino ainda recorreu ao imperador Dom Pedro II para que cumprisse uma pena mais branda, como a prisão perpétua, mas o pedido de clemência foi negado.
A Prefeitura do Pilar, inclusive, realiza, anualmente, a encenação do cortejo funesto do escravo Francisco, mantendo viva a história do povo pilarense.
