O envio do material para o inquérito que investiga a incitação aos atos antidemocráticos de 8 de janeiro acontece após uma série de idas e vindas no último mês entre o Grupo Estratégico de Combate aos Atos Antidemocráticos e a empresa Meta, que controla o Facebook. O relator do caso é o ministro Alexandre de Moraes, que determinou que a empresa fornecesse o material sob pena de multa diária de R$ 100 mil.
A comunicação ao STF foi feita pelo coordenador do Grupo Estratégico de Combate aos Atos Antidemocráticos, o subprocurador-geral da República Carlos Frederico Santos. De acordo com a PGR, há um relatório técnico elaborado pela Secretaria de Perícia, Pesquisa e Análise do MPF que comprovaria a recuperação do vídeo, atendendo assim à solicitação feita pela PGR ao Supremo em 13 de janeiro de 2023.
Segundo a PGR, o relatório produzido pela Secretária de Perícia, Pesquisa e Análise do MPF analisa vestígios digitais da publicação feita pela conta do ex-presidente. A Procuradoria ressaltou que a recuperação do vídeo permitirá a continuidade da persecução penal contra Bolsonaro, bem como permitirá apurar a responsabilidade da empresa Meta em relação à não preservação do conteúdo.
No vídeo recuperado, Bolsonaro compartilhou trechos de uma entrevista concedida pelo procurador do Estado do Mato Grosso do Sul Felipe Marcelo Gimenez, com mensagens que questionavam o resultado e a validade das eleições gerais de 2022. Em abril, em depoimento à Polícia Federal, Bolsonaro afirmou que estava sob efeitos de remédios no dia em que postou o vídeo após os atos golpistas em Brasília, alegando ter sido medicado com morfina devido a fortes dores abdominais.
Essa recuperação do vídeo representa um passo importante para as investigações em curso envolvendo Bolsonaro, o que pode resultar em desdobramentos significativos para as autoridades jurídicas e políticas do país. As informações fornecidas pela Procuradoria-Geral da República revelam a complexidade e a seriedade das investigações em relação aos recentes eventos políticos no Brasil.