Segundo a coluna de Malu Gaspar, a PGR pediu uma série de diligências para apurar o funcionamento do gabinete do parlamentar, incluindo informações sobre os funcionários que trabalharam no local e as atividades desempenhadas por eles. Além disso, caso a abertura do inquérito seja autorizada, a PGR solicitou acesso a uma série de informações, como fichas financeiras, atividades desenvolvidas, avaliações periódicas de desempenho, declarações de parentesco, registros de acesso às dependências da Câmara dos Deputados, controles de frequência e horários, e históricos de acesso nos e-mails institucionais.
A Procuradoria também pediu o depoimento de Janones e de seus assessores e ex-assessores, incluindo o ex-secretário parlamentar Cefas Luiz Paulino. De acordo com informações obtidas pelo jornal O Globo, Paulino e outro ex-funcionário relataram que a prática de devolver salários envolvia até mesmo os valores recebidos como 13º e chegava a 60% dos vencimentos.
A vice-procuradora-geral da República, Ana Borges Coêlho, considerou as suspeitas “graves” e afirmou que há “indícios suficientes” da prática dos crimes de peculato, associação criminosa e concussão.
Caso o inquérito seja autorizado, a investigação poderá trazer à tona detalhes do funcionamento do gabinete de Janones e esclarecer as suspeitas levantadas pela PGR. Enquanto isso, o deputado enfrenta a negação das acusações e o escrutínio público sobre suas atividades parlamentares. O desenrolar desse caso promete gerar repercussão e alimentar o debate sobre a transparência e a conduta ética dos políticos no Brasil.