PGR e STF : Renan Calheiros dedicou-se a acumular inquéritos

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pedirá, nos próximos dias, aberturas de inquérito no Supremo Tribunal Federal.

O senador Aécio Neves (PSDB-MG), que foi delatado por ter pedido e recebido R$ 9 milhões pelo caixa dois da Odebrecht, será investigado pelo esquema de propinas na construção da Cidade Administrativa de Minas Gerais; o também senador José Serra (PSDB-SP) por ter recebido R$ 23 milhões na Suíça na campanha presidencial de 2010, a lista de Janot ainda inclui os senadores Renan Calheiros (PMDB-AL), Romero Jucá (PMDB-RR), Edison Lobão (PMDB-MA) e Eunício Oliveira (PMDB-CE) .

Ao contrário do que seria de esperar dos representantes do povo – especialmente nesses tempos em que a sociedade exige uma nova ética na política –, Renan Calheiros dedicou-se a acumular inquéritos penais. Agora são doze inquéritos contra o ex presidente do Senado . O mais novo inquérito contra Renan Calheiros está no âmbito da Operação Zelotes, que apura o pagamento de propina para inclusão de emendas em Medidas Provisórias (MPs) favoráveis ao setor automotivo. Estima-se que a perda de arrecadação provocada por essas MPs – MP 471/2009, MP 512/2010 e MP 627/2013 – seja de R$ 13 bilhões até 2020. A partir de um diário apreendido pela Polícia Federal, investiga-se a participação do presidente do Senado e de outros políticos num esquema de recebimento de propinas num total de R$ 45 milhões.

Outro inquérito no STF contra Renan Calheiros refere-se ao caso Monica Veloso, cuja denúncia foi oferecida pela Procuradoria-Geral da República (PGR) em 2013. O ex do presidente do Senado é acusado de cometer crimes de peculato, falsidade ideológica e uso de documento falso.

A denúncia refere-se ao escândalo, sob investigação desde 2007, de suposto recebimento por Renan Calheiros de propina da construtora Mendes Júnior para apresentar emendas que beneficiariam a empreiteira. Em troca, a empresa teria pago despesas da jornalista Monica Veloso, com quem Renan manteve um relacionamento extraconjugal.

Conhecido por seu posicionamento crítico à Operação Lava Jato, Renan Calheiros é alvo de nove inquéritos envolvendo corrupção na Petrobrás. Segundo o lobista Fernando Falcão Soares, o Fernando Baiano, o ex presidente do Senado teria recebido valores oriundos de contratos da Diretoria Internacional da Petrobrás. De acordo com o depoimento do ex-diretor dessa área na estatal Nestor Cerveró, Renan Calheiros recebeu em 2006 propina de US$ 6 milhões por meio de Jorge Luz, referentes a um contrato de afretamento do navio-sonda Petrobrás 10.000.

O STF também investiga Renan Calheiros por crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro com base em suspeitas levantadas por Carlos Alexandre de Souza Rocha, o Ceará. Segundo a PGR, há suspeita de repasses “de forma oculta e disfarçada, de vantagem pecuniária indevida ao parlamentar”. De acordo com Ceará, Renan teria recebido R$ 2 milhões de Alberto Youssef para evitar a instalação da CPI da Petrobrás. Ceará também relatou que, em outra ocasião, teve conhecimento de recebimento pelo presidente do Senado de R$ 1 milhão, parte do pagamento de uma dívida da empreiteira Camargo Correa com Youssef.

Da Redação com colaboração Brasil 247 e Estadão

 

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