PGR defende manutenção de russo suspeito de espionagem preso no Brasil para possível extradição futura

A Procuradoria-Geral da República (PGR) defendeu a manutenção da prisão preventiva de Sergey Vladimirovich Cherkasov, suspeito de atuar como espião no Brasil. Cherkasov, um russo que atualmente cumpre pena na Penitenciária Federal de Brasília por uso de documento falso, também é alvo de investigações por lavagem de dinheiro e associação criminosa pela Polícia Federal (PF).

No ano passado, o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), homologou uma declaração de entrega voluntária apresentada por Cherkasov, indicando sua disposição em se entregar voluntariamente à Rússia, país requerente de sua extradição. No entanto, Fachin ressaltou que a extradição só poderá ser realizada após o término das investigações em curso no Brasil.

A PGR destacou que Cherkasov enfrenta outros processos no país, incluindo o inquérito sobre a suposta espionagem, o que impede sua extradição no momento. Quanto ao pedido de liberdade, o órgão argumentou que a prisão é necessária para viabilizar a futura extradição do russo.

Representado pela Defensoria Pública, Cherkasov alega que a pena pela qual foi condenado deveria ser cumprida em regime semiaberto. Além disso, a defesa argumenta que os demais processos em andamento podem se estender por muitos anos, com a possibilidade de absolvição, e que não é justo mantê-lo indefinidamente aguardando tais desdobramentos.

O governo russo nega as acusações de espionagem contra Cherkasov e alega que ele seria, na verdade, um traficante associado a um grupo criminoso. Segundo as autoridades russas, ele estaria envolvido no tráfico de heroína da região de Moscou para Lipetsk. O governo de Vladmir Putin solicita a extradição do russo para que ele cumpra sua pena na Rússia.

A Polícia Federal identificou indícios de que Cherkasov contava com uma rede de apoio no Brasil, envolvendo um funcionário da diplomacia russa. Esse agente diplomático também foi indiciado pela PF, que investiga depósitos mensais feitos em uma conta bancária do estrangeiro por esse servidor da Embaixada da Rússia.

Diante dessas complexas questões, o caso de Sergey Vladimirovich Cherkasov continua a gerar polêmica e suscitar debates sobre os desdobramentos legais e diplomáticos envolvidos em sua situação no Brasil. Enquanto isso, o russo permanece detido aguardando novos desdobramentos em meio a um imbróglio judicial de grande repercussão.

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