A neurotoxina tetrodotoxina (TTx) é o principal veneno encontrado no peixe baiacu. Esta substância é encontrada em maiores concentrações nas vísceras e na pele do peixe. Portanto, antes de comê-lo é preciso fazer uma limpeza muito correta, retirando as partes do peixe que contêm a substância venenosa. Segundo o biólogo João Luiz Gasparini, que integra a equipe do Projeto de Monitoramento Pesqueiro da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), é preciso ter cuidado ao limpar o peixe, incluindo a remoção da vesícula biliar sem rompê-la.
Existem cerca de 20 espécies de baiacu no Brasil, algumas mais venenosas que outras. Os baiacus-arara são uma espécie bastante consumida no país e vendida em várias peixarias. No entanto, devido aos cuidados necessários na hora da limpeza, é recomendado comprar o baiacu em peixarias e evitar consumir peixes que foram pescados diretamente no mar.
A tetrodotoxina afeta principalmente as terminações nervosas, causando sintomas como sensação de boca dormente, fraqueza muscular, dores musculares, tontura, dificuldade de coordenação de movimentos musculares, entre outros. O veneno não é eliminado pelo cozimento, lavagem ou congelamento do peixe. Não há tratamento específico para os envenenamentos causados pela ingestão de baiacus. O tratamento é de suporte, com foco no suporte respiratório.
É importante estar ciente dos perigos associados ao consumo de baiacu e tomar cuidado ao adquirir e preparar esse tipo de peixe. A segurança alimentar, especialmente em relação a peixes venenosos, é fundamental para evitar tragédias como a morte de Magno Sérgio Gomes.