PEC das drogas é aprovada na CCJ em embate com STF, agora segue para plenário do Senado com debate sobre uso medicinal da maconha.

A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) das drogas avançou na última quarta-feira ao ser aprovada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. O texto, que tem como objetivo aumentar a punição para a posse e porte de substâncias ilícitas, é visto como um confronto direto com o entendimento atual do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o mesmo tema. A votação teve um caráter simbólico, com os senadores do PT registrando votos contrários.

Agora, a PEC segue para análise no plenário do Senado, onde precisará de pelo menos 49 votos favoráveis em dois turnos. Posteriormente, o projeto ainda precisará passar pela Câmara dos Deputados antes de ser submetido à sanção ou veto do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva.

Durante o debate na CCJ, o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), defendeu a realização de uma sessão de debates para discutir o uso medicinal da maconha, destacando a importância do óleo de canabidiol para certos casos. As audiências sobre o tema agora serão realizadas no plenário do Senado, sendo que o presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), planeja promover cinco sessões de debate antes da votação do texto.

Uma emenda sugerida pelo senador Rogério Marinho (PL-RN) foi acatada pelo relator da PEC, Efraim Filho. A alteração proposta tem como objetivo diferenciar de forma mais precisa usuários de traficantes, buscando estabelecer critérios mais claros para a criminalização da posse de drogas.

A proposta de Pacheco endurece a legislação vigente, criminalizando a posse e porte de drogas, sem distinção de quantidade, e sugerindo penas alternativas ao encarceramento para os usuários. O tema ganhou relevância devido ao debate em curso no STF sobre a descriminalização do porte de maconha, onde há maioria a favor, mas ainda sem um consenso sobre a quantidade que diferencia usuários de traficantes.

A PEC de Pacheco propõe uma emenda à Constituição para garantir os direitos fundamentais da população brasileira, incluindo a criminalização da posse e porte de drogas sem autorização. Há críticas de parlamentares ao STF, argumentando que a Corte não tem competência para legislar sobre o assunto e reduziu o debate a questões limitadas e ultrapassadas.

Portanto, o Senado continua avançando na discussão sobre a PEC das drogas, em um cenário de embate entre os poderes Legislativo e Judiciário em relação à política de drogas no país.

Jornal Rede Repórter - Click e confira!




Botão Voltar ao topo