Paulo Gonet teve seu nome aprovado pelo Senado na última quarta-feira, com uma ampla margem de 65 votos favoráveis. Antes disso, passou por uma sabatina na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Ele assume o cargo de Procurador-Geral da República após o fim do mandato de Augusto Aras, que deixou o cargo em 26 de setembro, após dois mandatos. Gonet foi indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 27 de novembro.
Durante a sabatina, Gonet teve um embate com o líder do PT no Senado, Fabiano Contarato (PT-ES), sobre temas como a lei de cotas e casamento homoafetivo. Gonet se esquivou ao responder diretamente sobre sua posição em relação ao casamento entre pessoas do mesmo sexo, afirmando apenas que, uma vez confirmado como PGR, “não teria interesse em agir de modo contrário”, e que como jurista, ele precisa aceitar o que os parlamentares ou o Supremo decidirem.
O novo Procurador-Geral da República é considerado um nome que agrada à oposição devido a seus posicionamentos conservadores, enquanto é apreciado pela classe política por seu perfil “garantista”. Gonet contou com apoio importante, como o dos ministros do STF Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes.
Antes de assumir o cargo de PGR, Gonet atuava como vice-procurador-geral Eleitoral no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), função na qual desempenhou o papel de dar parecer favorável à inelegibilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro. Com a posse marcada para as 10h, a cerimônia será um marco na transição de liderança na Procuradoria-Geral da República e a expectativa é grande em relação aos próximos passos e posicionamentos de Paulo Gonet à frente da instituição.
