O paramédico informou que tais hematomas são resultado de convulsões, o que sugere que os médicos da prisão tentaram ressuscitar Navalny, já que também havia sinais de compressões torácicas. No entanto, até o momento não foi esclarecida a causa exata da morte do opositor russo, que foi detido em janeiro de 2021 após voltar à Rússia, onde cumpria pena de 19 anos de prisão por “extremismo”.
A porta-voz de Navalny, Kira Yarmysh, confirmou a morte do ativista em suas redes sociais, afirmando que ele foi assassinado e exigindo que seu corpo fosse entregue imediatamente à família. Segundo ela, a mãe e o advogado de Navalny chegaram ao necrotério de Salekhard, mas encontraram o local fechado.
Yarmysh, que vive fora da Rússia, tem conduzido o trabalho político de Navalny de maneira remota, incluindo publicações nas redes sociais desde o envenenamento do opositor em 2020. Segundo ela, os advogados da família foram informados de que a investigação sobre a morte de Navalny havia sido concluída, e que não havia indícios de crime. No entanto, a oposição a Putin alega que estas são apenas tentativas de encobrir a verdade sobre a morte do líder político.
A morte de Navalny acontece em um momento crucial para a Rússia, a um mês das eleições presidenciais marcadas para março. O ativista era um dos principais adversários políticos do presidente Vladimir Putin e acusava o Kremlin de ter planejado o envenenamento que sofreu em 2020. O Serviço Penitenciário Federal do país comunicou o falecimento de Navalny na sexta-feira, e disse que médicos tentaram reanimá-lo por mais de meia hora, mas sem sucesso. A TV estatal russa afirmou que ele teve uma embolia, e as causas da morte estão sendo investigadas. A morte de Navalny representa um duro golpe para os opositores de Putin e evidencia a severa repressão política no país.