Oferta de rotativo do cartão de crédito atinge R$30,8 bilhões em outubro, enquanto taxa de juros alcança 431,6% ao ano

O mercado de cartões de crédito movimentou R$ 30,8 bilhões em outubro de 2023, registrando o maior índice de concessão desde o início do ano, quando a cifra atingiu R$ 31,9 bilhões. Além disso, a taxa de juros do crédito rotativo alcançou a marca de 431,6% ao ano até o décimo mês do ano, de acordo com dados divulgados pelo Banco Central nesta terça-feira.

A promulgação, em outubro, da lei que estabeleceu um limite para os juros do rotativo do cartão de crédito ainda não teve impacto nos números apresentados no mês passado. A legislação prevê um prazo de até 90 dias para que as instituições financeiras apresentem uma proposta ao Conselho Monetário Nacional (CMN), composto atualmente por Fernando Haddad (Fazenda), Simone Tebet (Planejamento) e Campos Neto (Banco Central).

Caso os bancos e demais instituições não apresentem uma proposta de redução do rotativo até 31 de dezembro, entrará em vigor uma regra que estabelece que o total cobrado em juros e encargos financeiros não poderá exceder o valor original da dívida, limitando a 100% do valor principal da dívida.

A legislação também prevê que o limite de juros se aplique tanto ao crédito rotativo como ao parcelamento do saldo devedor das faturas de cartões de crédito, com uma taxa de 195,6% ao ano, conforme os dados do BC. A discussão envolve também o cartão de crédito parcelado sem juros, que os bancos apontam como um fator contribuinte para os juros elevados do cartão.

O Banco Central propôs limitar as compras sem juros no cartão de crédito a um máximo de 12 parcelas, mas, até o momento, as discussões não avançaram. Em novembro, uma reunião convocada com 17 entidades representativas dos setores comerciais, da indústria de cartões e da Febraban terminou sem consenso.

Segundo o BC, a média é de 13 parcelas por consumidor, e o prolongamento no pagamento das compras e empréstimos aumenta o risco de inadimplência, o que, por sua vez, resulta em taxas de juros mais altas. A expectativa é que as negociações em torno do tema continuem nos próximos meses, com o objetivo de trazer mais transparência e equilíbrio ao mercado de cartões de crédito.

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