Esse revés no mercado financeiro demonstra as dificuldades que a Argentina enfrentará para reorganizar seu mercado de importações, após Milei ter realizado uma desvalorização relativamente bem-sucedida do peso, emitido um volume recorde de títulos em moeda local e aumentado as reservas internacionais do país. Esse fracasso no leilão pode complicar os planos do presidente argentino para conter a inflação, que já ultrapassa os 160% em termos anuais.
Com uma dívida de importação de cerca de US$ 30 bilhões no exterior, a quitação desses valores é crucial para a remoção dos complexos controles sobre o comércio exterior herdados do governo anterior. A promessa de campanha de Milei é de liberar a economia, e a emissão desses títulos seria um passo importante para absorver o excesso de pesos em circulação no país, auxiliando assim no controle da alta de preços.
Diante do baixo desempenho do primeiro leilão, o Banco Central expressou confiança de que, nos próximos leilões, o volume de participação aumentará à medida que esclarece os processos operacionais e a documentação necessária. As autoridades monetárias planejam realizar dois leilões por semana até o fim de janeiro de 2024, buscando reverter o resultado inicial desfavorável e garantir o sucesso da nova modalidade de títulos.