Obrigações a César e a Deus: Reflexões sobre tributos e idolatria em tempos modernos

No meio de uma sociedade repleta de questionamentos éticos e morais, a pergunta “É correto pagarmos tributos a César?” ecoa como um desafio velado para aqueles que buscam compreender os caminhos da fé e da justiça. No Evangelho de São Matheus, encontramos essa indagação, que nos convida a refletir sobre as complexidades da relação entre o divino e o terreno.

A resposta dada por Cristo a essa pergunta é direta e incisiva: “Dai, pois, a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus.” Uma afirmação que nos remete ao cerne da questão, à dicotomia entre o mundo material e o espiritual. A moeda apresentada por Cristo, com a efígie do imperador, simboliza os bens terrenos, que sujeitamos ao poder temporal, enquanto o que é de Deus, a imagem e semelhança do Homem, pertence ao plano divino.

No entanto, é fácil nos perdermos nessa dualidade e nos entregarmos de forma desmedida aos valores mundanos, relegando ao esquecimento a nossa essência espiritual. Ao nos deixarmos seduzir pelas superficialidades e ilusões do mundo material, corremos o risco de desvirtuar a ordem natural das coisas e nos distanciarmos da verdadeira luz que emana do Altíssimo.

A idolatria dos desejos e vontades mundanas se torna uma armadilha constante que nos afasta da presença e da ação de Deus em nossas vidas. Ao relativizarmos o sagrado e nos entregarmos à busca incessante pelo prazer e pela satisfação pessoal, nos distanciamos da verdadeira fonte de amor e sabedoria que nos sustenta.

Nesse contexto, a modernidade se apresenta como um terreno fértil para a diluição dos valores espirituais em prol de uma liberdade desenfreada e egocêntrica. A substituição dos mandamentos divinos pela lei do desejo, como proposto por Aleister Crowley, revela a fragilidade e a arrogância do homem contemporâneo diante da grandeza divina.

É urgente resgatar a nossa consciência de que fomos criados à imagem e semelhança de Deus, e que somente nele encontraremos a plenitude e a redenção de nossas escolhas equivocadas. A Paixão de Cristo, como centro da nossa existência, nos recorda que somente no amor e na entrega sincera ao divino poderemos encontrar a verdadeira paz e a harmonia que tanto buscamos.

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