O Conselho Nacional de Justiça instaura processo disciplinar em face de juíza envolvida no caso do ex-reitor da UFSC.

O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) anunciou na segunda-feira (21) que abriu um processo disciplinar contra a juíza Janaina Cassol Machado, da 1ª Vara Federal de Florianópolis. O objetivo do processo é investigar possíveis irregularidades cometidas pela magistrada durante a Operação Match Point, realizada em abril deste ano pela Polícia Federal, que tinha como objetivo desarticular uma quadrilha envolvida com tráfico de drogas e lavagem de dinheiro.

De acordo com o CNJ, uma das acusações contra a juíza é de que ela teria mantido um dos investigados da operação preso de forma irregular por dez dias, mesmo após ele ter recebido um alvará de soltura. Segundo o conselho, o equívoco teria ocorrido devido à falta de emissão dos documentos necessários no sistema eletrônico do BNMP, que auxilia as autoridades judiciárias na gestão de ordens de prisão e soltura em todo o país.

É importante ressaltar que em 2017, a juíza Janaina Cassol Machado teve um papel ativo na prisão do então reitor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Luiz Carlos Cancellier, durante a Operação Ouvidos Moucos, também conduzida pela Polícia Federal. Essa operação investigava possíveis irregularidades em contratos da universidade. Após sua prisão, Cancellier foi afastado de seu cargo e impedido de ingressar na instituição onde trabalhava. Infelizmente, poucos dias após o início da Operação Ouvidos Moucos, o ex-reitor cometeu suicídio. Em julho deste ano, o Tribunal de Contas da União (TCU) arquivou o processo após não encontrar qualquer indício de irregularidade durante a gestão de Cancellier.

É importante destacar que o CNJ já havia aberto um processo de investigação contra a juíza relacionado a esse trágico episódio, mas posteriormente o caso foi arquivado. Agora, diante das supostas irregularidades cometidas durante a Operação Match Point, o conselho optou por reabrir o caso e dar continuidade às investigações.

A Agência Brasil entrou em contato com a assessoria da Justiça Federal em Santa Catarina para obter esclarecimentos adicionais sobre o assunto, mas até o momento não obteve retorno. As investigações e o processo disciplinar contra a juíza Janaina Cassol Machado seguem em andamento, e espera-se que, ao final da apuração, todas as partes envolvidas tenham suas ações analisadas de forma imparcial.

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