Nova Zelândia diminui quantidade de gatos para proteger ecossistema local e preservar aves e vegetação nativa.

Nos últimos anos, a Nova Zelândia tem passado por uma mudança significativa em relação aos gatos. Antes considerada uma nação apaixonada por esses animais, agora o país tem repensado sua relação com os felinos devido aos ataques a animais nativos e às iniciativas de recuperação da fauna local.

Desde 2016, um número crescente de neozelandeses tem deixado de adotar gatos domésticos, preocupados com o impacto devastador que eles têm causado na vida selvagem. Enquanto os gatos bem alimentados e criados em ambientes domésticos aproveitam o conforto do sofá, os gatos selvagens têm devorado pássaros nativos, morcegos, lagartos e pequenos insetos endêmicos, levando algumas espécies à beira da extinção.

O governo da Nova Zelândia estabeleceu a meta de erradicar todas as pragas que ameaçam as aves nativas até 2050. Ratos, gambás e arminhos são responsáveis pela morte de 25 milhões de pássaros nativos todos os anos, causando prejuízos estimados em bilhões de dólares. Nesse contexto, os holofotes se voltam para os gatos, tanto os selvagens quanto os domésticos.

O país já teve uma das maiores taxas de gatos domésticos per capita do mundo, com quase metade das famílias possuindo um. No entanto, nos últimos anos, essa realidade tem mudado. Segundo pesquisas, a parcela de lares que possuem gatos tem caído gradualmente, passando de 48% em 2011 para 41% em 2020. O número de gatos domésticos também diminuiu em cerca de 200 mil, apesar do aumento da população.

Alguns defendem que as políticas de controle da população felina devem considerar três grupos distintos: os gatos domésticos, os gatos de rua e os gatos selvagens. Enquanto os domésticos são amados como animais de estimação, os de rua interagem e dependem dos humanos. Já os gatos selvagens são os causadores dos principais problemas para a fauna e a flora nacional.

Existem opiniões divergentes sobre como lidar com a situação. Alguns defendem que os gatos domésticos devem ser mantidos dentro de casa e os selvagens sacrificados, já que esses últimos geralmente são maiores e causam mais estragos. No entanto, essa abordagem tem gerado críticas de ativistas dos direitos dos animais.

Em abril deste ano, o debate sobre o controle de felinos ganhou destaque novamente, quando uma competição de caça na Ilha Sul prometeu prêmios para crianças que atirassem em gatos selvagens. A iniciativa gerou diversas críticas e reacendeu a discussão sobre como equilibrar a proteção da fauna nativa e os direitos dos animais.

A Nova Zelândia enfrenta um desafio complexo ao buscar proteger sua fauna e ao mesmo tempo garantir o bem-estar dos gatos. É necessário encontrar um equilíbrio entre a conservação ambiental e o respeito aos direitos dos animais, a fim de preservar a biodiversidade única e ao mesmo tempo garantir o cuidado com os felinos de estimação.

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