Durante três meses, os artistas passaram por uma residência-formativa na Escola Livre de Artes (ELÃ), onde estudaram a estética dos bailes, com enfoque nos aspectos culturais e políticos. Foi durante esse período que a exposição foi preparada e montada. Além disso, o público em geral teve a oportunidade de participar de uma Aula Baile aberta.
Os artistas residentes que estão expondo seus trabalhos nesta edição do projeto são todos de origem favelada e periférica e incluem nomes como Agatha Maria, Aline Peres, Bruno Lyfe, Ciana, Guilherme Kid, Idra Maria, Joelington Rios, Malvo, Mapô, Mayra, Melissa de Oliveira, Myllena Araujo, Preta QueenB Rull, Roberta Holiday e Tainan Cabral. A exposição tem a curadoria de Jean Carlos Azuos.
Natália Nichols, coordenadora do projeto, ressaltou a importância do intercâmbio cultural entre os participantes e da diversidade de experiências artísticas presentes na mostra. Segundo ela, a exposição celebra a cena artística que surge do desejo de exaltar referências culturais provenientes das favelas e periferias. A mostra conta com trabalhos em diversos suportes e influências, como pintura, fotografia e instalação.
No evento de lançamento da exposição, a multiartista e pesquisadora de som Ciana se apresentou, com participações de Preta QueenB Rull e Mother Idra Maria. Elas trouxeram um pouco da cultura ballroom, que é tradicionalmente voltada para a população afro-americana e latina LGBTQ+. Além disso, também estiveram presentes os DJs Glau e Onírica, bem como o Batekoo DJ Set, um movimento de artistas negros, periféricos e LGBTQ+.
A Escola Livre de Artes (ELÃ), que existe desde 2019 e conta com apoio do Ministério da Cultura, desempenhou um papel fundamental na formação dos artistas participantes. Além disso, a exposição recebeu patrocínio do Instituto Cultural Vale, Itaú Unibanco e White Martins, através da Lei Federal de Incentivo à Cultura.
A exposição Pista Ritmo Fluxo fica em cartaz no Galpão Bela Maré até o dia 14 de outubro. O local está aberto para visitação de terça-feira a sábados, das 10h às 18h, e a entrada é gratuita. A mostra oferece aos visitantes a oportunidade de conhecer de perto o trabalho desses artistas periféricos e contemplar a riqueza cultural das favelas cariocas.