Você é dos que escolhe qual filme ou série assistir na Netflix de acordo com a imagem que é exibida pelo serviço de streaming? Pois fique sabendo que essa imagem, o “cartaz” do filme ou série, não é igual para todo mundo. E uma escritora americana chamada Stacia L. Brown acredita que a escolha desta imagem pode ter a ver com a etnia de quem está acessando a Netflix.
A suspeita de personalização de acordo com a etnia surgiu quando Stacia viu a imagem do filme “Tal Pai, Tal Filha”, que era exibida para ela. Então ela perguntou no Twitter: “Outros usuários negros da Netflix: a fila de vocês também faz isso? Cartazes genéricos com membros negros do elenco neles para induzir você a assisti-los? Esse filme é estrelado por Kristen Bell e Kelsey Grammer e esses atores tem, taaaalvez, 10 minutos na tela. 20 falas entre eles, no máximo”.
Kristen Bell e Kelsey Grammar são brancos. Para Stacia, o cartaz colocava em destaque os atores Leonard Ouzts e Blaire Brooks, que são negros e têm papeis secundários na trama, informa o MSN.
A escritora continuou argumentando: “É esquisito tentar passar um filme como tendo um elenco principal negro (criando um cartaz do filme exibindo apenas pessoas negras) quando ele é um filme branco. Um filme extremamente de brancos. Eu já o assisti mês passado, então eu sabia que era um jogo de marketing”, explicou.
Stacia também mostrou que isso não aconteceu apenas uma vez. Ela compartilhou outros cartazes de filmes em que os personagens principais eram majoritariamente brancos, mas que, no seu login na plataforma de streaming, foram substituídos por atores negros presentes na trama. “Simplesmente Amor” e “Sierra Burgess é uma Loser” estavam entre eles.
A questão da escritora gerou um grande rebuliço no Twitter e foi respondida mais de 120 vezes. Entre elas, uma de suas seguidoras, que fez questão de deixar claro que era branca, mostrou como os mesmos filmes que Stacia havia selecionado apareciam para ela: com miniaturas de atores brancos em destaque.
Em comunicado oficial, a Netflix internacional afirmou que os usuários, ao se cadastrarem para usufruírem dos serviços da plataforma de streaming, não selecionam ou a sua cor de pele, ou etnia ou até mesmo gênero, o que impossibilita a empresa de saber essas informações.
A única justificativa exposta pela empresa responsável por um catálogo imenso de séries e filmes é o algoritmo usado na filtragem dos produtos audiovisuais.
Como é explicado no Netflix Technology Blog, a plataforma de transmissão agrega um histórico a cada usuário de quais filmes e séries foram assistidos. Dessa forma, é possível selecionar pontos que eles apresentam em comum e que, possivelmente, foram os atrativos para o telespectador dar play.
Isso esclareceria o porquê da miniatura de cada programa ser diferente. “A obra de arte pode destacar um ator que você reconhece, capturar um momento emocionante como uma perseguição de carro ou conter uma cena dramática que transmite a essência de um filme ou programa de TV”, explicou o post no blog.
25/10/2018
