O técnico de Defesa Civil da CNM, Johnny Liberato, destacou que a seca poderá impactar fortemente o Nordeste devido ao fenômeno El Niño e às mudanças climáticas, resultando em temperaturas mais altas e chuvas abaixo da média. Ele ressaltou que medidas emergenciais são necessárias para reduzir os prejuízos no semiárido e atender à população afetada.
Liberato, representando o presidente da CNM, Paulo Ziulkoski, enfatizou que quase 15 milhões de nordestinos são afetados pela seca por ano e que, apesar disso, a atuação da administração pública federal é mínima. Ele pediu um olhar mais atento dos governos estaduais e federais às famílias afetadas em vilarejos afastados e uma atuação mais efetiva por parte do Congresso Nacional.
Além disso, a audiência destacou o impacto econômico da seca, que gerou mais de R$150 bilhões de prejuízo nos Municípios nordestinos. Os setores agrícola e pecuário foram os mais afetados, sendo responsáveis por 70% desse montante. A pecuária sozinha teve quase R$40 bilhões de prejuízo. O representante da CNM ressaltou que a seca gera problemas que vão além do cotidiano das pessoas, afetando também a economia e a gestão municipal.
Liberato mencionou ainda os elevados custos do abastecimento através de carro-pipa, a burocracia para decretar situações de emergência e a falta de prevenção e gestão de riscos de desastres naturais. Ele apontou que nos últimos dez anos, foram quase 19 mil decretos de Municípios nordestinos devido à seca, destacando a ineficácia das medidas atuais.
Portanto, a audiência pública foi de extrema importância para chamar a atenção para a situação crítica da seca no Nordeste brasileiro e para a necessidade de medidas efetivas por parte dos governos e demais autoridades. Espera-se que as discussões realizadas resultem em ações concretas para enfrentar e mitigar os impactos dessa seca atípica prevista para a região.