MP-GO denuncia policial preso após balear criança em briga no trânsito

Promotor quer que Sílvio Moreira seja julgado por tentativa de homicídio. Agente cometeu crime por motivo fútil e sem chance de defesa, diz promotor.

O policial civil Silvio Moreira Rosa, de 53 anos, que atirou contra uma criança na BR-070, foi denunciado pelo Ministério Público Estadual de Goiás (MP-GO) por tentativa de homicídio duplamente qualificada. Segundo o promotor de Justiça Eliseu Antônio da Silva Belo, Sílvio tentou matar por motivo fútil e recurso que impossibilitou a defesa do casal e do filho de 6 anos, que está internado em estado grave em um hospital de Brasília.

Segundo o MP-GO, o policial, que está preso na Delegacia Estadual de Investigações de Homicídios,  “assumiu o risco de produzir o resultado de morte não apenas quanto à criança, mas em relação também aos outros dois ocupantes do veículo”.

O G1 não conseguiu contato com a defesa do policial.

O crime aconteceu no último dia 6 de janeiro, em um trecho da BR-070, em Águas Lindas de Goiás. Inicialmente, Rosa fugiu do local do crime. Segundo a Polícia Civil, o menino foi baleado enquanto estava sentado na cadeirinha de segurança, no banco de trás do carro.

O pai disse à polícia que o policial ficou irritado por ter sido ultrapassado e começou a atirar contra o carro em que ele, a esposa e o filho viajavam.

Sílvio Moreira foi preso em uma estrada de terra na zona rural. Junto com ele, estavam a namorada dele – que está grávida – e mais duas adolescentes, uma irmã e uma prima da mulher.

Ao ser detido, Rosa alegou aos policiais militares que disparou por acreditar que seria vítima de um assalto. O delegado classificou como “absurda” a versão do policial. Ele explicou que o disparo ocorreu após uma “fechada” entre os carros na rodovia.

O menino baleado foi socorrido pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), onde a criança e levado para um hospital da região. Dada a complexidade do caso, o menino foi transferido para o Hospital Santa Helena, em Brasília, onde segue internado em uma UTI, após passar por cirurgia no tórax.

“Essa questão do assalto é absurda. Ele perseguiu o pai da vítima e emparelhou o veículo antes do tiro. Quem está sendo assaltado não vai atrás do ladrão”, disse o delegado Danilo Victor Nunes de Souza, que registrou o caso.

Policial preso
Rosa foi transferido de onde estava preso, no 1º Distrito Policial de Águas Lindas de Goiás, para a Delegacia Estadual de Investigações de Homicídios (DIH), em Goiânia. Segundo o delegado regional Fernando Augusto Lima Gama, como o caso aconteceu em Cocalzinho de Goiás, o policial deveria ficar preso na cidade. Porém, o município não tem presídio. Assim, geralmente, os detidos vão para a cadeia de Corumbá de Goiás, mas isso só pode ser determinado pelo Judiciário.

Enquanto o local em que Rosa ficará detido não é definido, ele deve ficar na DIH para que a segurança dele seja preservada. “As vagas em Corumbá de Goiás estão todas ocupadas. Vamos esperar o juiz definir na segunda-feira onde ele ficará. Na delegacia de Águas Lindas não tinha como ele ficar porque ali estão presas diversas pessoas e não tinha como garantir a segurança dele lá”, explicou Gama ao G1.

g1

17/01/2017

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