Vale ressaltar que a greve foi convocada pelo candidato Edvaldo Santiago, vencedor das eleições pela chapa 4. No entanto, não houve uma assembleia formal para a definição da greve, foge de um processo democrático adequado. O diretor Nailton Francisco de Souza, representante da chapa vencedora, ressaltou que uma audiência foi marcada para a manhã desta sexta-feira com o Tribunal Regional do Trabalho para discutir a questão.
A paralisação foi cogitada como uma forma de protestar contra a anulação do resultado das eleições da entidade pela Justiça do Trabalho. Após o pleito, a Justiça atendeu ao pedido da chapa 1 (Manoel Portela) e suspendeu as eleições, determinando um novo pleito com urnas eletrônicas. No entanto, a chapa 4, que assumiria a direção nesta sexta-feira, alega ter entrado com recurso – que não foi julgado pelo TRT – e defende que a eleição foi legítima, afirmando que a decisão judicial fere o estatuto do sindicato.
Essa situação vem gerando um grande impacto, já que as outras chapas e a diretoria do sindicato afirmam que o chamamento da greve não representava toda a categoria dos motoristas de ônibus. Em comunicado à população, a entidade informou que não convocou a realização da greve e classificou a eleição como viciada e fraudulenta conforme a justiça.
A situação torna-se ainda mais complicada se considerarmos que esta seria a segunda greve na cidade de São Paulo na mesma semana. No dia 28, terça-feira, metroviários, ferroviários, trabalhadores da saúde e educação pararam as atividades em protesto contra os planos de privatização do governo. Esta greve afetou praticamente todas as linhas de transporte e durou 24 horas.
Além disso, é importante enfatizar que a eleição do sindicato dos motoristas já havia gerado transtornos para a cidade. Trabalhadores fecharam nove terminais de ônibus na véspera do encerramento da votação, sem aviso prévio, causando filas de ônibus na zona sul de São Paulo e afetando centenas de milhares de passageiros.
Nesse contexto, a disputa pelo comando do sindicato dos motoristas de ônibus tem gerado instabilidade e conflitos, prejudicando a população e a mobilidade urbana na cidade de São Paulo. A expectativa é que as partes envolvidas busquem uma solução que assegure o funcionamento do transporte público e respeite os direitos dos trabalhadores.