Motorista joga carreta em ribanceira ao saber que seria preso

Policiais que estavam no veículo ficaram feridos devido ao acidente.

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Policiais receberam informações de que um caminhão com drogas passaria pela região (Foto: Wellington Roberto/G1)

 

Um motorista de 59 anos causou um acidente de trânsito ao perceber que seria flagrado por transportar entorpecentes em sua carreta, na madrugada desta quarta-feira (20), no km 577,4 da Rodovia Raposo Tavares (SP-270), em Álvares Machado, na altura do Santuário Morada de Deus. De acordo com as informações do delegado titular da Delegacia de Investigações sobre Entorpecentes (Dise) de Presidente Prudente, Celso Marques Caldeira, dois policiais civis acompanhavam o autor na cabine do veículo até a unidade policial, momento em que ele “jogou” a carreta em uma ribanceira, dizendo aos agentes: “Eu vou morrer, mas vocês dois vão comigo”. No caminhão, estavam R$ 26 mil, sete tabletes de cocaína (7,5 kg) e 12 tabletes de crack (12 kg).

Conforme o delegado, a Dise, em parceria com Divisão Estadual de Narcóticos (Denarc), de Londrina (PR), após investigações, recebeu informações de que um caminhão com entorpecentes passaria pela região de Presidente Prudente, vindo de Ponta Porã (MS). “Diante disso, nós fizemos uma fiscalização na praça de pedágio de Presidente Bernardes, na madrugada desta quarta-feira [20]”, explicou.

Foi então que duas carretas, com as características passadas, foram avistadas seguindo no sentido capital-interior, por volta da 1h30. Os agentes deram ordem de parada aos condutores. “O primeiro veículo foi abordado e fizemos uma vistoria preliminar. Como nada de ilícito foi localizado e o motorista estava tranquilo, o veículo foi liberado para seguir viagem. Já a segunda carreta, que transportava 27 toneladas de soja, percebemos que o motorista estava assustado e nervoso. A vistoria foi feita e nada de irregular foi encontrado. Entretanto, a atitude dele levantou suspeitas”, afirmou.

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Motorista jogou o veículo, com os policiais, em ribanceira (Foto: Wellington Roberto/G1)

Os policiais determinaram que uma revista minuciosa fosse realizada no veículo, mas ele deveria ser levado à unidade da Dise, que fica em Presidente Prudente, a aproximadamente 30 km de distância. “Como, em princípio, nada de irregular havia sido encontrado no veículo, solicitamos que o motorista conduzisse a carreta até a Dise, acompanhado por dois policiais na cabine. Uma equipe policial também seguiu o veículo”, disse Caldeira.

Durante o trajeto, o indiciado de 59 anos “jogou” a carreta em uma ribanceira. “Ele estava dirigindo, quando olhou para os dois policiais e falou: ‘Eu vou morrer, mas vocês dois vão comigo’. Em seguida, puxou o veículo para o lado direito. Com o impacto, toda a carga de soja caiu em cima da cabine. O veículo bateu de frente em uma árvore”, contou o delegado.

Caldeira ainda ressaltou ao G1 que a velocidade registrada no disco do tacógrafo da carreta, no momento do acidente, foi de 120km/h.

O motorista e os dois policiais foram socorridos com escoriações leves pelo Corpo de Bombeiros, sem a necessidade de ser conduzidos a um hospital. “Depois dessa atitude, fizemos uma revista minuciosa na cabine. No compartimento de ar-condicionado, estavam os R$ 26 mil, em dinheiro. Embaixo da cama do motorista, tinha um botijão de gás, no qual a tampa estava envolvida em uma massa plástica, o que fez com que os agentes desconfiassem. Nele, estavam os sete tabletes de cocaína e 12 tabletes de crack. Ainda encontramos uma faca e um facão”, ressaltou o titular da Dise.

Diante dos fatos, o homem foi conduzido à Dise, onde permaneceu à disposição da Justiça. Ele responderá por tráfico de drogas e duas tentativas de homicídio. O celular do autor também foi apreendido.O delegado ainda afirmou que a carga de soja será levada para o Paraná, porém, a suspeita é de que a droga seria deixada em Presidente Prudente.

O motorista foi encaminhado à Cadeia de Presidente Venceslau para posterior transferência ao Centro de Detenção Provisória (CDP) de Caiuá.

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A suspeita é de que a droga seria deixada em Presidente Prudente (Foto: Wellington Roberto/G1)

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