Monitoramento da Abin ultrapassa políticos e ambientalistas e inclui assessores, caminhoneiros e acadêmicos em lista revelada pelo GLOBO.

A revelação de uma lista de alvos monitorados pela Agência Brasileira de Inteligência tem causado polêmica e levantado questionamentos sobre os limites das atribuições do órgão. Diversos nomes de políticos, ambientalistas e profissionais de diversas áreas foram incluídos neste monitoramento, realizado por meio do sistema israelense FirstMile entre os anos de 2019 e 2021.

Um dos nomes mencionados na lista é o do ex-deputado federal Jean Wyllys, conhecido por suas críticas ao governo Bolsonaro. Seu número foi monitorado durante os meses de junho e julho de 2019, e seu nome apareceu em um relatório intitulado “pavão.pdf”. Além disso, o ex-deputado David Miranda, falecido em 2023, também teve sua localização monitorada e teve seu nome associado ao mesmo arquivo.

Outros nomes que chamaram a atenção foram o da ex-assessora do senador Confúcio Moura, Alessandra Maria da Costa Aires, e do ex-assessor da deputada federal Bia Kicis, Evandro de Araújo Paula. Também foram monitorados o deputado federal Gustavo Gayer, os analistas ambientais Marcelo José de Lima Dutra e Newton Coelho Monteiro, e o ex-coordenador de Operações de Fiscalização do Ibama, Hugo Ferreira Netto Loss.

Além disso, profissionais da imprensa e ativistas, como o jornalista Leandro Demori, o repórter Afonso Mônaco, o ativista pró-Palestina Pedro César Batista e a professora emérita Chang Chung Yu Dorea, também tiveram seus números consultados pela Abin.

A inclusão de caminhoneiros, como Wallace Landim e Carlos Albert Litti Dahmer, na lista de monitorados também levanta questionamentos sobre a abrangência das ações de inteligência do órgão. A revelação desses novos nomes vem em meio a um cenário de crescente preocupação com a privacidade e a liberdade de expressão no país.

Diante dessas revelações, torna-se necessário um debate amplo sobre os limites e a transparência das atividades de inteligência no Brasil, a fim de garantir a proteção dos direitos individuais e coletivos dos cidadãos.

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