Segundo o documento ao qual a Veja teve acesso, a Braskem afirmou que realiza o pagamento pelos imóveis afetados pelo valor de mercado, desconsiderando os efeitos do fenômeno geológico, além de outros danos compensados. Além disso, a empresa também registrou que o ministro e sua família receberam outros valores como parte do Programa de Compensação Financeira e Apoio à Realocação, mas por ordem judicial, as cifras são sigilosas. Renan Filho acredita que os valores não deveriam ter sido divulgados, pois estariam protegidos por cláusulas de confidencialidade.
O ministro dos Transportes considera o vazamento dos valores uma “revitimização” e afirma que irá acionar judicialmente a petroquímica. O desastre socioambiental relacionado à atuação da Braskem na exploração de sal-gema em Maceió, que resultou em tremores no solo e rachaduras em edificações desde 2018, já culminou na formação de uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) para investigar a responsabilidade da empresa no episódio.
Além disso, o acordo entre a prefeitura de Maceió e a Braskem, que prevê o desembolso de 1,7 bilhão de reais em seis parcelas, também está sendo alvo de investigação. O prefeito de Maceió, aliado do presidente da Câmara dos Deputados, está envolvido no acordo, o que levanta questionamentos sobre os interesses políticos por trás dessa negociação.
Diante desse cenário, a situação envolvendo a Braskem, o ministro Renan Filho, a crise socioambiental em Maceió e as investigações em curso prometem alimentar novos desdobramentos e polêmicas nos próximos meses. A população aguarda ansiosa por respostas e por medidas que garantam a segurança e a justiça para os afetados por essa grave situação.