Em comunicado à imprensa, os advogados do ex-presidente afirmaram que a visita de Bolsonaro à embaixada, nos dias 12 a 14 de fevereiro, teve o objetivo de “manter contatos com autoridades do país” e atualizar os representantes húngaros sobre o “cenário político das duas nações”. No entanto, a Polícia Federal suspeita que essa visita possa estar relacionada a uma possível tentativa de articular uma manobra diplomática para evitar uma prisão no inquérito em andamento.
O ministro Alexandre de Moraes decidiu agir para afastar qualquer especulação sobre a prisão preventiva de Bolsonaro, solicitando esclarecimentos da defesa antes de tomar qualquer decisão mais drástica. Especialistas consultados pelo jornal Estadão alertam que se for comprovado que Bolsonaro buscou se antecipar a um eventual mandado de prisão, isso poderia configurar uma tentativa de obstrução da justiça.
Vale ressaltar que as embaixadas possuem o status de território diplomático, o que significa que qualquer decisão judicial, inclusive do STF, necessita de autorização do país representado para ser efetivada no local. Por isso, a visita de Bolsonaro à embaixada desperta questionamentos sobre a legalidade de suas ações e a possibilidade de ter buscado asilo político, apesar da negação veemente de sua defesa.
Agora, o ex-presidente deverá aguardar as próximas movimentações do STF e da Polícia Federal, enquanto a sociedade aguarda ansiosamente por mais detalhes sobre esse desenrolar político e jurídico que tem como protagonista um ex-chefe de Estado. A verdade só será revelada após a análise criteriosa dos esclarecimentos apresentados pela defesa de Bolsonaro.