A decisão de participar foi comunicada pelo próprio ministro por telefone ao presidente da CPI, o deputado Tenente-Coronel Zucco (Republicanos-RS). Na ocasião, Fávaro justificou sua ausência citando uma “extensa agenda”. No entanto, o ministro não revelou o que o fez mudar de ideia e decidir participar da sessão desta quinta-feira.
Essa não é a primeira vez que a CPI do MST enfrenta tensões. Na semana passada, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), anulou a convocação do ministro da Casa Civil, Rui Costa, para prestar depoimento à comissão. A medida foi tomada pouco antes do início do depoimento. Lira argumentou que não havia conexão entre as atribuições do ministro e os fatos investigados pela CPI.
Além disso, partidos como o Republicanos decidiram retirar os deputados alinhados ao bolsonarismo da comissão, o que levou a cúpula da CPI a desistir de pedir a prorrogação de seus trabalhos por mais 60 dias. Em contrapartida, o presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária, Pedro Lupion (PP-PR), e o presidente da CPI se reuniram com Lira, pressionando pela prorrogação dos trabalhos e o retorno dos deputados que deixaram a comissão.
De acordo com Lupion, Lira prometeu recompor os quadros da comissão com opositores ao governo. No entanto, o presidente da Câmara não se pronunciou sobre o assunto quando questionado pelo jornal O Globo.
Essas movimentações na CPI do MST têm gerado polêmica. Recentemente, o deputado Tenente-Coronel Zucco foi alvo de uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) movida pela deputada Sâmia Bomfim, que o acusa de difamação por sua declaração gordofóbica durante a sessão.
Diante dos acontecimentos, o líder da bancada ruralista afirmou contar com o apoio do presidente da Câmara. Após o esvaziamento promovido pelos partidos do Centrão, que negociam a entrada no governo durante a reforma ministerial, a convocação do ministro da Casa Civil foi cancelada. Zucco também declarou que os parlamentares desistiriam de prorrogar a CPI.
Com essas reviravoltas e tensões, a CPI do MST segue com seus trabalhos, trazendo à tona questões delicadas e colocando em evidência divergências políticas e posicionamentos conflitantes. É importante acompanhar de perto os desdobramentos da comissão e as consequências que essas disputas podem ter para o cenário político atual.