Rosa Weber começou seu discurso ressaltando que foi a terceira mulher a compor o STF e agradeceu aos ministros Luís Roberto Barroso e Edson Fachin, que a sucederão na presidência do Tribunal.
Durante seu discurso, a ministra relembrou os ataques antidemocráticos ocorridos em 8 de janeiro, quando a sede do STF foi alvo das maiores agressões. Ela chamou esse dia de “dia da infâmia”. No entanto, ressaltou que a resistência, resiliência e solidariedade foram demonstradas na travessia da praça dos Três Poderes, onde todos estavam de mãos dadas, desviando das pedras, vidros e cartuchos de bala. Rosa enfatizou que, apesar do ocorrido, nossa democracia permanece inabalada.
A ministra também celebrou a aprovação da resolução do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) que prevê maior paridade entre homens e mulheres na segunda instância do Judiciário. Para ela, a igualdade de gênero é fundamental para a cidadania, dignidade humana e democracia.
Rosa Weber agradeceu a todos os ministros do STF, mencionando-os nominalmente. Ela os agradeceu pela colaboração no dia dos ataques e disse que levará os colegas “do lado esquerdo do peito”. A ministra também relembrou o ministro Teori Zavascki, falecido em 2017, com quem estudou na universidade.
Mostrando seu amor pelo futebol, Rosa Weber agradeceu ao diretor-geral do STF e ao secretário-geral, brincando que eles são quase perfeitos, mas que seu único defeito é serem torcedores do Grêmio, rival do Internacional, time do qual é torcedora.
A ministra também destacou a importância da imprensa na transparência e defesa da democracia, enfatizando que uma imprensa livre e uma magistratura isenta são essenciais para uma democracia plena.
Ao final de seu discurso, Rosa Weber fez uma “nota pessoal” e se emocionou ao falar sobre sua trajetória profissional e sua família. Com lágrimas nos olhos, ela se despediu do Supremo e afirmou que já sente antecipadamente saudades do Tribunal, que considera o pilar da democracia em nosso país.
O discurso de homenagem à ministra Rosa Weber foi realizado pelo decano do STF, ministro Gilmar Mendes, que destacou o legado de bravura e competência deixado por ela. Durante seus anos de atuação, Rosa lutou incansavelmente pelos direitos da mulher, do meio ambiente, direitos trabalhistas e dos indígenas. Gilmar também mencionou as reformas administrativas implementadas pela ministra, como a limitação do prazo para pedidos de vista e a devolução automática dos processos em 90 dias, ressaltando que essas medidas ajudaram a resolver algumas das questões que revelavam fraturas no Tribunal.