Ministério dos Direitos Humanos paga passagens e diárias para integrante do Comando Vermelho participar de evento em Brasília.

O Ministério dos Direitos Humanos (MDH) tem enfrentado polêmicas desde que foi revelado que a integrante do Comando Vermelho, Luciane Barbosa Farias, recebeu passagens e diárias para participar de um evento da pasta em Brasília. O mais curioso é que esta não foi a primeira vez que Luciane esteve na capital federal este ano. Antes disso, ela já havia participado de reuniões com autoridades do Ministério da Justiça e Segurança Pública em março e maio, segundo o Estadão.

O evento em questão foi o Encontro de Comitês e Mecanismos de Prevenção e Combate à Tortura, realizado nos dias 6 e 7 de novembro, e Luciane foi convidada a participar como representante do Amazonas. Em nota, o Ministério dos Direitos Humanos confirmou os pagamentos, alegando que os Comitês de Prevenção e Combate à Tortura possuem autonomia orçamentária e administrativa.

A pasta justificou que o custeio das passagens e diárias foi realizado com recursos destinados pelo Ministério dos Direitos Humanos ao Comitê, que observou as indicações dos comitês estaduais para a participação no encontro. No entanto, o valor dos gastos com a integrante do Comando Vermelho não foi revelado, e o nome dela não aparece no Portal da Transparência.

O pagamento de passagens e diárias foi realizado a todos os participantes do evento, de acordo com o MDH. Após a publicação da reportagem do Estadão, o Ministério afirmou que Luciane foi indicada pelo Comitê Estadual do Amazonas e que nenhum membro do gabinete do ministro teve contato com a indicada ou interferiu na organização do evento.

Luciane já havia sido recebida na sede do Ministério dos Direitos Humanos pela coordenadora de gabinete da SNDH, Érica Meireles, em maio, e nesta última visita publicou fotos em suas redes sociais durante o evento. Em suas redes sociais, ela publicou mensagens como “seja luz onde Deus te colocar”, despertando ainda mais controvérsias sobre sua participação no evento.

Condenada a dez anos de prisão por lavagem de dinheiro, organização criminosa e associação para o tráfico, Luciane é acusada de ser o braço financeiro do Comando Vermelho em Manaus, responsável por lavar o dinheiro do tráfico. Ela é casada com um dos líderes da facção no Estado.

A presença de uma pessoa ligada ao crime organizado em um evento do Ministério dos Direitos Humanos lança uma sombra sobre a seriedade e credibilidade da pasta, levantando questionamentos sobre como ela foi convidada e aceita para participar de um encontro oficial do governo. A situação requer esclarecimentos e medidas para garantir que a integridade e a reputação do Ministério não sejam comprometidas.

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