O evento em questão foi o Encontro de Comitês e Mecanismos de Prevenção e Combate à Tortura, realizado nos dias 6 e 7 de novembro, e Luciane foi convidada a participar como representante do Amazonas. Em nota, o Ministério dos Direitos Humanos confirmou os pagamentos, alegando que os Comitês de Prevenção e Combate à Tortura possuem autonomia orçamentária e administrativa.
A pasta justificou que o custeio das passagens e diárias foi realizado com recursos destinados pelo Ministério dos Direitos Humanos ao Comitê, que observou as indicações dos comitês estaduais para a participação no encontro. No entanto, o valor dos gastos com a integrante do Comando Vermelho não foi revelado, e o nome dela não aparece no Portal da Transparência.
O pagamento de passagens e diárias foi realizado a todos os participantes do evento, de acordo com o MDH. Após a publicação da reportagem do Estadão, o Ministério afirmou que Luciane foi indicada pelo Comitê Estadual do Amazonas e que nenhum membro do gabinete do ministro teve contato com a indicada ou interferiu na organização do evento.
Luciane já havia sido recebida na sede do Ministério dos Direitos Humanos pela coordenadora de gabinete da SNDH, Érica Meireles, em maio, e nesta última visita publicou fotos em suas redes sociais durante o evento. Em suas redes sociais, ela publicou mensagens como “seja luz onde Deus te colocar”, despertando ainda mais controvérsias sobre sua participação no evento.
Condenada a dez anos de prisão por lavagem de dinheiro, organização criminosa e associação para o tráfico, Luciane é acusada de ser o braço financeiro do Comando Vermelho em Manaus, responsável por lavar o dinheiro do tráfico. Ela é casada com um dos líderes da facção no Estado.
A presença de uma pessoa ligada ao crime organizado em um evento do Ministério dos Direitos Humanos lança uma sombra sobre a seriedade e credibilidade da pasta, levantando questionamentos sobre como ela foi convidada e aceita para participar de um encontro oficial do governo. A situação requer esclarecimentos e medidas para garantir que a integridade e a reputação do Ministério não sejam comprometidas.