Militares reformados instigam golpe de Estado na Espanha contra primeiro-ministro socialista, gerando tensão política e manifestações pró e contra.

Oficiais reformados das Forças Armadas da Espanha instaram os militares da ativa a darem um golpe de Estado contra o primeiro-ministro Pedro Sánchez, do Partido Socialista Operário da Espanha (PSOE). O novo mandato de Sánchez, iniciado na sexta-feira, foi alvo de críticas por parte dos oficiais reformados, que argumentaram que o apoio do primeiro-ministro a siglas separatistas, bem como a anistia aos líderes e ativistas catalães envolvidos na tentativa de independência de 2017, estariam ameaçando a ordem constitucional e a soberania nacional.

A Associação dos Militares Espanhóis (AME), organização ligada a outras polêmicas, como votos de louvor ao ex-ditador Francisco Franco, publicou um manifesto na quinta-feira, assinado por diversos oficiais reformados. O documento citava a necessidade de destituição do presidente do governo e a convocação de eleições gerais como forma de evitar a crise na separação de poderes no país.

Este apelo golpista gerou mal-estar na cúpula política do país, especialmente no momento de forte divisão, com a direita convocando protestos em todo o país contra a lei de anistia. Em resposta, milhares de manifestantes atenderam ao chamado em Madri neste domingo.

Por sua vez, aliados de Sánchez pressionaram o Ministério da Defesa a adotar medidas contra os militares reformados pela intervenção na ordem constitucional. O Ministério da Defesa, no entanto, não pode tomar ações disciplinares contra os signatários do manifesto, uma vez que todos são militares reformados e, portanto, não sujeitos ao código disciplinar militar.

Entretanto, a pasta tem a possibilidade de proibir os militares reformados de usar o uniforme, uma vez que o manifesto foi assinado utilizando suas patentes militares e poderia prejudicar a imagem de neutralidade da instituição. Apesar dessa possibilidade, os oficiais reformados não podem ser expulsos das Forças Armadas, pois não fazem mais parte dela.

O manifesto golpista, divulgado em um momento de grande tensão política na Espanha, evidencia a polarização e o conflito de interesses no país. A situação segue sob análise e acompanhamento por parte das autoridades, diante da possibilidade de ações que possam desestabilizar ainda mais a ordem democrática vigente.

Com informações do El País.

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