MENTIRA! – Jornalistas repudiam fala de Collor sobre ser responsável pelo piso salarial

O Sindicato dos Jornalistas de Alagoas (Sindjornal) e a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) emitiram uma nota de repúdio contra o candidato a governador, Fernando Collor (PTB), que falou durante o debate na TV Mar, na segunda-feira (05), que a Organização Arnon de Mello (OAM) foi a responsável pelo piso salarial dos jornalistas no estado.

O tema veio a debate durante pergunta sobre emprego e direitos trabalhistas. Para as entidades, o senador faltou com a verdade. “Collor é, na verdade, o principal o responsável por um dos maiores calotes da história recente do país, aplicado em centenas de trabalhadores da Organização Arnon de Melo, alguns dos quais esperam, sem previsão de pagamento, há quatro anos”, diz a nota.

A declaração se refere a dois episódios em específico, que são a recuperação judicial da OAM e a greve dos profissionais de imprensa em 2019. No primeiro, o plano aprovado, que aguarda homologação da Justiça, prevê redução de 90% das indenizações, horas extras e adicionais, limitando pagamentos a dez salários mínimos, conforme a Folha abordou em julho.

“Esses jornalistas aguardam o recebimento de suas verbas indenizatórias, seus FGTS e outros direitos negados pela OAM, após serem demitidos sem justa causa graças aos desmandos administrativos que o senador tenta esconder e que, por pouco, não conduzem a empresa à falência”, dizem o Sindjornal e a Fenaj.

O cenário também foi citado pelo candidato e participante do debate Cícero Albuquerque (PSOL). O Sindicato ainda disse que o piso existe graças, única e exclusivamente, aos esforços do próprios jornalistas. “A realidade, diante da fala de Collor, é o ‘calote’ dado nos trabalhadores, isso sim é uma ‘ação’, visível e irrefutável, que as empresas da OAM praticaram contra os profissionais.”

“A empresa de Collor foi uma das principais responsáveis pela maior greve já realizada no Brasil por jornalistas, quando, em 2019, ela propôs, juntamente a outras empresas de comunicação, a redução salarial de 40% do piso salarial dos jornalistas. Tentativa essa que só não foi posta em prática graças às manifestações corajosas dos jornalistas, liderados pelo Sindjornal, e à decisão da Justiça do Trabalho, em favor da categoria”, completa o texto.

“Foi por conta da luta dos jornalistas por seus direitos que as empresas de Collor, derrotadas na vergonhosa proposta de reduzir salários, promoveram uma retaliação histórica aos trabalhadores alagoanos, demitindo profissionais somente por não aceitarem essa redução – sendo, alguns deles, os mais qualificados do país”, finaliza.

Jornal Rede Repórter - Click e confira!




Botão Voltar ao topo