Diversos integrantes dos protestos mencionaram um pedido de intervenção militar e mostraram interesse em derrubar o governo eleito. Além disso, houve comemoração pela destruição do patrimônio público. O conteúdo dos celulares também revela a organização dos atos.
Em um vídeo feito por Ilson Oliveira, gravado de dentro do plenário do Senado, é possível ouvir a frase “se não quebrar, as Forças Armadas não vêm”. Além disso, também foi mencionada uma pedido de intervenção militar. Fátima Pleti enviou um áudio defendendo “intervenção militar já” e gravou a si mesma cantando “Forças Armadas salvem o Brasil”.
A intenção golpista também foi expressa por outros manifestantes. Fernando Marinho gravou um vídeo afirmando que o povo iria “tomar o poder” naquele dia e que se as Forças Armadas quisessem “apoiar”, eles estariam “de braços abertos para recebê-la”.
Além disso, discursos e ações de destruição foram registrados. Sergio Resende afirmou que o tribunal estava “todo quebrado”. Raquel Lopes declarou que “a primeira batalha foi ganha” e que “povo subiu e quebrou tudo”. Ana Paula Rodrigues gravou vídeo dizendo que o grupo iria “ficar aqui” e que iria “quebrar tudo”.
Mensagens trocadas em grupos de WhatsApp indicam que os participantes utilizaram códigos para disfarçar o planejamento da manifestação golpista, como usar termos como “hotel” para se referir ao acampamento em frente ao Quartel-General do Exército e “praia” para a Praça dos Três.
As defesas dos manifestantes negam as acusações. Alegam que não houve intenção golpista e que estavam apenas se manifestando pacificamente. No entanto, os materiais coletados pela PF levantam questões sobre as verdadeiras intenções por trás da mobilização. A investigação está em andamento e o Judiciário está analisando todo o material.