O ato, considerado o maior dos últimos dias contra a anistia pela Delegação do Governo, aconteceu na Plaza Cibeles, onde os manifestantes gritaram palavras de ordem contra Sánchez enquanto agitavam bandeiras da Espanha e da União Europeia. Os protestos ecoaram palavras como “Sánchez traidor”, “Sánchez para a prisão” e “Catalunha é Espanha”. Uma aposentada de 65 anos, María Ángeles Galán, presente no protesto, expressou seu descontentamento, afirmando que o primeiro-ministro está tentando desmembrar a Espanha e alegando que ele é um criminoso.
O partido de Sánchez, o Partido Socialista Operário da Espanha (PSOE), ficou em segundo lugar nas eleições legislativas realizadas em julho, mas após costurar uma série de acordos para formar maioria no Parlamento, o premier conseguiu assumir o poder. Isso incluiu o apoio da extrema esquerda e de partidos nacionalistas e independentistas da Catalunha e do País Basco. Como contrapartida, Sánchez aceitou algumas exigências, incluindo o projeto de anistia para líderes separatistas e ativistas processados pelo envolvimento na tentativa de se separar da Catalunha em 2017.
No mesmo dia do protesto, Alberto Núñez Feijóo, líder do conservador Partido Popular (PP) que ficou em primeiro lugar nas eleições, exigiu que o premier não construísse “muros” nem “estressasse a sociedade”, afirmando que “uma coisa é ter poder e outra é estar certo”. Além disso, o presidente do Vox, Santiago Abascal, pediu a Feijóo uma reunião para coordenar a resposta da direita à anistia, mas não houve nenhuma aparição conjunta dos líderes durante o comício.
Essa situação revela a tensão política e social que vive a Espanha atualmente, com fortes divisões ideológicas e uma polarização crescente entre os diferentes setores da sociedade. O projeto de anistia proposto por Sánchez está no centro desses embates, refletindo a turbulência política que o país tem enfrentado nos últimos anos.