Mohammad Mustafá, de 69 anos, é um renomado economista que já presidiu o Fundo de Investimentos para a Palestina (PIF) e ocupou cargos importantes no Banco Mundial, em Washington, por 15 anos. Mustafá também é conselheiro econômico de Abbas e estudou na Universidade George Washington, nos Estados Unidos. Além disso, é membro independente do comitê executivo da Organização para a Libertação da Palestina, representando o partido de Abbas, o Fatah.
A renúncia de Shtayyeh, que estava no poder desde 2019, foi motivada pela necessidade de uma nova abordagem política diante das mudanças recentes na Faixa de Gaza e dos conflitos em andamento na Cisjordânia e Jerusalém. Apesar de acatar o pedido de renúncia, Abbas solicitou que Shtayyeh permanecesse no cargo até a formação de um novo governo.
As tensões entre as facções palestinas têm marcado a política local desde junho de 2007, quando o grupo Hamas assumiu o controle da Faixa de Gaza, enquanto a ANP, liderada por Abbas, mantém sua influência limitada na Cisjordânia. A necessidade de um consenso interpalestino e de atuação conjunta para lidar com as questões humanitárias e de reconstrução em Gaza tem sido ressaltada por autoridades locais e internacionais.
Em fevereiro, lideranças do Hamas e do Fatah se reuniram em Moscou para discutir a formação do novo governo palestino. O chanceler palestino, Riyad al-Maliki, destacou a importância de uma gestão tecnocrata para garantir o apoio da comunidade internacional e focar nos desafios imediatos, como a entrada de assistência humanitária e a reconstrução de Gaza.
A nomeação de Mustafá surge em um momento crucial para a política palestina, em que a união das facções e a cooperação com a comunidade internacional são fundamentais para enfrentar os desafios pós-guerra e garantir o bem-estar da população local. O futuro do governo palestino e sua capacidade de atuação em meio a um cenário de incertezas políticas e territoriais permanece como uma questão central para a região.