Lula propõe que PSB deixe pasta de Portos e Aeroportos durante encontro sobre reforma ministerial com Alckmin e França.

Em um almoço realizado na quinta-feira com o vice-presidente Geraldo Alckmin e em um encontro com o ministro Márcio França nesta sexta-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou que o PSB deixará a pasta de Portos e Aeroportos. No entanto, Lula indicou que só concluirá a reforma ministerial para acomodar o Centrão no governo após seu retorno da África, que está marcado para o dia 28.

Atualmente, o Ministério de Portos e Aeroportos é comandado por Márcio França e deve ser destinado ao partido Republicanos, que indicou o deputado Silvio Costa Filho para o posto.

No entanto, a definição sobre qual espaço será aberto para o PP está dificultando a conclusão da reforma. O partido almeja o Ministério do Desenvolvimento Social, atualmente ocupado pelo petista Wellington Dias. No entanto, essa possibilidade enfrenta resistência dentro do PT e em setores do governo.

Durante o almoço no Palácio do Planalto, Lula e Alckmin discutiram a reforma ministerial, apesar do tema estar em discussão há cerca de um mês e meio. Aliados do vice afirmam que sua permanência na pasta da Indústria e Comércio está garantida, pois Lula considera seu cargo importante para uma possível vitória nas eleições de 2022.

No entanto, outros integrantes do governo levantaram a possibilidade de transferir Alckmin para o Ministério da Defesa, o que já havia sido mencionado no início das negociações da reforma. No entanto, essa ideia enfrenta resistência pelo fato do cargo ser sensível. Atualmente, o Ministério da Defesa é comandado por José Múcio, que conseguiu diminuir as tensões com as Forças Armadas. Caso essa mudança ocorra, Márcio França assumiria o Ministério da Indústria e Comércio.

José Múcio, que inicialmente aceitou o cargo temporariamente, recebeu sinais de que Lula não está disposto a abrir mão dele. Outra possibilidade seria dividir o Ministério da Indústria e Comércio com a criação da pasta de Micro e Pequenas Empresas, que também poderia acomodar Márcio França. Lula abordou essa possibilidade durante seu encontro com o vice.

Após o almoço, Alckmin convocou França e o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, para uma reunião na vice-presidência do Palácio do Planalto. França também se reuniu com Lula nesta sexta-feira, quando o presidente indicou que precisa da pasta de Portos e Aeroportos para garantir o apoio do Centrão ao seu governo. Nenhum dos dois encontros constava na agenda oficial do presidente.

Além das reuniões de Alckmin e França com o presidente, o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, recebeu o prefeito de Recife, João Campos, nesta sexta-feira. Na conversa, Campos foi informado sobre a possibilidade do PSB perder o Ministério de Portos e Aeroportos. Padilha argumenta que tanto o PT quanto o PSB serão afetados pela reforma e perderão espaço para acomodar o PP e o Republicanos.

Lula embarcará para a África no domingo e a intenção inicial era concluir a reforma antes da viagem. No entanto, a conclusão só ocorrerá após seu retorno. Durante a viagem, o presidente visitará São Thomé e Príncipe, África do Sul e Angola.

Os integrantes do PP estão preocupados com a indefinição sobre o ministério que o deputado André Fufuca irá ocupar. O partido do Centrão insiste em comandar o Desenvolvimento Social, mesmo que o Bolsa Família seja transferido para outro ministério.

Os parlamentares que estão interessados na reforma foram informados pelo governo de que uma definição só acontecerá após o retorno de Lula da África. A expectativa era de que a reforma ministerial fosse anunciada nesta sexta-feira, mas os envolvidos já tinham deixado Brasília.

Além do Ministério de Portos e Aeroportos, o Republicanos também almeja indicar o presidente da Fundação Nacional da Saúde (Funasa), cargo que também é desejado pelo PSD e pelo PP.

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