Lula pede bom senso em referendo da Venezuela para anexar território da Guiana enquanto COP28 busca metas globais para o clima.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se pronunciou neste domingo sobre o referendo que acontece na Venezuela para decidir a anexação de um território rico em petróleo que compreende cerca de dois terços do território da Guiana. Sua maior preocupação é a possibilidade de uma guerra na região, enfatizando que a América do Sul não precisa de mais conflitos.

Lula, que estava em Dubai para participar da conferência climática COP28, afirmou que ligou para o presidente da Guiana, Irfaan Ali, e que o assessor especial da Presidência, Celso Amorim, esteve em Caracas para conversar com o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, a fim de evitar uma escalada. Ele expressou seu temor de um conflito armado entre os dois países e ressaltou a importância de buscar o diálogo e a paz.

A disputa fronteiriça entre Venezuela e Guiana já dura quase 200 anos, e a recente descoberta de imensas reservas de petróleo na região reacendeu o conflito. Desde 2018, o tema está sendo discutido na Corte Internacional de Justiça (CIJ) em Haia, por sugestão do secretário-geral da ONU, António Guterres. No entanto, a Venezuela não reconhece a jurisdição do tribunal para decidir sobre a disputa.

Maduro anunciou a realização de um plebiscito para consulta à população venezuelana sobre o anexo da Guiana. As perguntas propostas têm sido criticadas por seu viés belicoso e tendencioso, sendo relacionadas ao referendo como uma questão eleitoral.

A situação se torna mais tensa diante do contexto eleitoral na Venezuela, já que o anúncio do plebiscito ocorreu um dia após as primárias da oposição venezuelana. María Corina Machado, escolhida pela oposição para concorrer nas eleições presidenciais de 2025, foi declarada inelegível por decisão da Controladoria-Geral da República, o que eleva ainda mais a tensão política no país.

Lula enfatizou a importância do bom senso prevalecer por parte da Venezuela e da Guiana, destacando que a região não necessita de conflitos para progredir. O ex-presidente defende que é fundamental buscar o diálogo e utilizar a palavra como instrumento de resolução de conflitos, em vez de recorrer à guerra.

A declaração de Lula demonstra sua preocupação com a instabilidade na América do Sul, e o governo brasileiro segue acompanhando de perto os desdobramentos desse impasse, buscando uma solução pacífica e colaborativa para a disputa territorial entre Venezuela e Guiana.

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