Lula respondeu às críticas de Macron, atribuindo a postura do presidente francês a uma tentativa protecionista e expressando a expectativa de “mexer com o coração” de Macron durante uma reunião bilateral no sábado. O presidente destacou que se não houver um acordo, pelo menos ficará claro de quem é a culpa pela falta de acordo, enfatizando que os países ricos não podem colocar a culpa da falência do tratado no Brasil e na América do Sul.
O presidente brasileiro expressou seu posicionamento em relação às negociações, afirmando que o Brasil não vai facilitar a cláusula sobre compras governamentais no acordo com a União Europeia, e que o país não fechará um acordo para tomar prejuízo. Ele defendeu que as nações desenvolvidas tenham equilíbrio e parem de tentar obter vantagens em todas as negociações comerciais.
Além disso, Lula anunciou que o governo terá uma reunião com a presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, para discutir as próximas etapas das negociações. O presidente também informou que partiria de Dubai rumo à Alemanha, onde teria encontros com o primeiro-ministro Olaf Scholz e o presidente Frank-Walter Steinmeier.
A participação de Lula na COP-28 marcou uma tentativa do Brasil de retomar o protagonismo internacional na agenda climática, área na qual o país exercia forte influência global durante os governos petistas. Lula foi um dos três líderes a discursarem na conferência de abertura, ao lado do presidente dos Emirados Árabes Unidos e do rei Charles III do Reino Unido.
A posição firme de Lula em relação às negociações comerciais com a União Europeia e suas declarações durante a Conferência do Clima da ONU demonstram a postura do Brasil em buscar um equilíbrio nas negociações internacionais e defender os interesses do país em um cenário global cada vez mais complexo. A visita do presidente francês ao Brasil em 2024 promete ser um importante capítulo nas discussões sobre o acordo entre o Mercosul e a União Europeia.