Lula culpa países ricos por impasse no acordo Mercosul-União Europeia e critica postura protecionista de Macron

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez declarações neste domingo, 3, em relação à possibilidade de não haver um acordo entre o Mercosul e a União Europeia. Em uma entrevista coletiva concedida em Dubai, onde participou da Conferência do Clima da Organização das Nações Unidas (ONU), COP-28, Lula comentou sobre as recentes declarações do presidente francês Emmanuel Macron, que se mostrou contrário ao tratado.

Lula respondeu às críticas de Macron, atribuindo a postura do presidente francês a uma tentativa protecionista e expressando a expectativa de “mexer com o coração” de Macron durante uma reunião bilateral no sábado. O presidente destacou que se não houver um acordo, pelo menos ficará claro de quem é a culpa pela falta de acordo, enfatizando que os países ricos não podem colocar a culpa da falência do tratado no Brasil e na América do Sul.

O presidente brasileiro expressou seu posicionamento em relação às negociações, afirmando que o Brasil não vai facilitar a cláusula sobre compras governamentais no acordo com a União Europeia, e que o país não fechará um acordo para tomar prejuízo. Ele defendeu que as nações desenvolvidas tenham equilíbrio e parem de tentar obter vantagens em todas as negociações comerciais.

Além disso, Lula anunciou que o governo terá uma reunião com a presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, para discutir as próximas etapas das negociações. O presidente também informou que partiria de Dubai rumo à Alemanha, onde teria encontros com o primeiro-ministro Olaf Scholz e o presidente Frank-Walter Steinmeier.

A participação de Lula na COP-28 marcou uma tentativa do Brasil de retomar o protagonismo internacional na agenda climática, área na qual o país exercia forte influência global durante os governos petistas. Lula foi um dos três líderes a discursarem na conferência de abertura, ao lado do presidente dos Emirados Árabes Unidos e do rei Charles III do Reino Unido.

A posição firme de Lula em relação às negociações comerciais com a União Europeia e suas declarações durante a Conferência do Clima da ONU demonstram a postura do Brasil em buscar um equilíbrio nas negociações internacionais e defender os interesses do país em um cenário global cada vez mais complexo. A visita do presidente francês ao Brasil em 2024 promete ser um importante capítulo nas discussões sobre o acordo entre o Mercosul e a União Europeia.

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