No entanto, o presidente Lula ressaltou que Dilma não poderia voltar para o governo, pois ele não sairia para ela entrar, e ela teria que esperar. Ele também defendeu que deveria haver um pedido de desculpas em algum momento, já que “não é possível que você inventa uma mentira, derruba uma presidenta, destrói parte do Brasil, e depois a justiça diz que o crime não existiu e ninguém pede desculpa”.
Vale lembrar que em 2016, a ex-presidente Dilma foi acusada de atrasar o repasse a bancos públicos com o intuito de melhorar artificialmente as contas do governo federal, o que culminou em seu impeachment. No entanto, apesar das declarações de Lula de que a ex-presidente foi absolvida, o TRF-1 decidiu manter o arquivamento da ação de improbidade administrativa, sem entrar na análise de mérito.
A decisão foi tomada na última segunda-feira pela 10ª Turma do TRF-1, que rejeitou um recurso do Ministério Público Federal (MPF) questionando o arquivamento em primeira instância da ação. O tribunal seguiu o posicionamento já proferido anteriormente, sem realizar novo julgamento do mérito.
Em 2019, o juiz federal Frederico Botelho de Barros Viana, da 4ª Vara Federal, decidiu excluir Dilma e o ex-ministro Guido Mantega da ação, considerando que eles deveriam responder por crime de responsabilidade e não improbidade administrativa. Além disso, o ex-presidente do BNDES Luciano Coutinho, o ex-presidente do Banco do Brasil Aldemir Bendine e o ex-secretário do Tesouro Nacional Arno Augustin também foram indiciados na mesma ação. No entanto, o magistrado entendeu que o MPF não individualizou os réus nem pontuou sua conduta, requisitos para a caracterização do ato de improbidade.
Diante desse quadro, a discussão sobre um pedido de desculpas ganha maior relevância, já que o TRF-1 manteve o arquivamento da ação de improbidade administrativa sem analisar seu mérito. Resta saber se essa questão será levada adiante e se haverá algum desdobramento político a partir desse pedido de desculpas defendido pelo presidente Lula.