Lula busca acelerar a escolha de novo procurador-geral da República para evitar mandato-tampão

Faltando duas semanas para o fim do mandato do procurador-geral da República, Augusto Aras, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva revelou a aliados a sua intenção de acelerar o processo de escolha de um novo nome para a vaga. O objetivo é evitar que o cargo fique muito tempo ocupado por um “mandato-tampão”.

Caso não haja uma definição até o dia 26, data em que Aras deixa o posto, a subprocuradora-geral da República Elizeta Ramos assumirá interinamente. No entanto, pessoas próximas ao presidente afirmam que ela ocupará o cargo apenas temporariamente, até que o escolhido por Lula seja sabatinado e aprovado pelo Senado.

O Palácio do Planalto não considera a permanência de Elizeta como uma opção viável, além de querer evitar que ela tente se fortalecer para assumir o cargo de forma definitiva.

Atualmente, três nomes estão na disputa pela vaga. São eles: o vice-procurador-geral eleitoral Paulo Gonet, e os subprocuradores-gerais Antônio Carlos Bigonha e Mario Bonsaglia. Lula já teve encontros separados com cada um deles, sendo que todos se posicionaram contrários à Operação Lava-Jato.

O presidente pretende conversar com os candidatos antes de fazer sua escolha. Integrantes do governo defendem que Lula obtenha o maior número possível de informações sobre a trajetória de cada um dos postulantes ao cargo.

Dentre os critérios que nortearão a escolha de Lula está a capacidade do novo procurador-geral da República de evitar que novas operações, seguindo o modelo da Lava-Jato, se repitam. O presidente busca alguém que proponha uma revisão dos métodos aplicados na época.

Jaques Wagner, líder do governo no Senado e um dos conselheiros de Lula para o tema, afirmou que um dos elementos para a escolha é evitar que o “mesmo sistema anterior se reaglutine”. Ele defende a recondução de Aras ao cargo, alegando que ele desmantelou a máquina da Lava-Jato dentro do Ministério Público Federal (MPF) e prestou serviço à democracia.

O nome escolhido por Lula para ocupar o cargo de procurador-geral da República será fundamental para os rumos do MPF e para a continuidade ou não de ações como a Lava-Jato. O presidente busca alguém que tenha maturidade e conhecimento interno da instituição, além de um perfil que evite que os problemas do passado se repitam. A decisão de Lula será observada com atenção pela sociedade e pelos setores envolvidos na luta contra a corrupção.

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