Lula expressou sua opinião após uma reunião com o presidente da França, Emmanuel Macron, em que os dois líderes discutiram a questão do acordo comercial. O encontro ocorreu um dia depois de Lula desembarcar em Berlim, na Alemanha, como parte de sua agenda bilateral. Durante sua visita ao Oriente Médio nos últimos dias, o presidente brasileiro também buscou reforçar as relações diplomáticas com a região.
De acordo com Lula, os países ricos não estão dispostos a fazer concessões no acordo, buscando apenas se beneficiar, sem levar em conta os interesses dos países sul-americanos. Ele ressaltou a independência e a vontade de estabelecer relações comerciais equilibradas. O presidente brasileiro ainda criticou o protecionismo agrícola da França e defendeu alterações em pontos específicos do acordo, como licitações de compras governamentais.
Em contrapartida, Emmanuel Macron expressou seu descontentamento com o acordo Mercosul-UE, classificando-o como “incoerente” e “mal remendado”. Para o presidente francês, o acordo não leva em conta questões fundamentais relacionadas à biodiversidade e ao clima.
O acordo Mercosul-UE foi aprovado em 2019 após 20 anos de negociações. No entanto, sua implementação depende da ratificação pelos parlamentos de todos os países envolvidos. O acordo abrange uma série de temas, incluindo tarifas, serviços, compras públicas, facilitação de comércio e propriedade intelectual.
Diante das divergências, Lula deixou claro que o Brasil não está disposto a aceitar um acordo que traga prejuízos ao país. Ele ressaltou a importância de estabelecer relações equilibradas e baseadas no respeito mútuo entre as partes envolvidas.
A situação do acordo comercial entre Mercosul e UE continua gerando debate e expectativas em relação ao desfecho dessa importante relação econômica. O protecionismo europeu versus a busca por equidade comercial por parte dos países sul-americanos permanecem como os pontos de atrito nessa negociação bilateral.
