Líderes indígenas buscam ocupar governos departamentais e estabelecer elo com prefeitos sob novo processo eleitoral transparente implemetando pelo presidente Arévalo.

Líderes indígenas se preparam para ocupar cargos departamentais na Guatemala

Durante os protestos que ocorreram em outubro na Guatemala, alguns líderes indígenas desempenharam um papel fundamental e agora estão buscando o apoio do governo. Dos muitos líderes que promoveram as manifestações e mantiveram uma vigília de 104 dias em frente ao Ministério Público para exigir a renúncia da procuradora-geral, Consuelo Porras, em defesa do presidente Bernardo Arévalo, alguns estão visando ocupar governos departamentais.

O presidente Arévalo, que está no cargo há um mês, está cumprindo sua promessa de campanha de combater a corrupção e tornar o processo de eleição de governadores de departamento mais transparente. Isso marca uma mudança significativa na forma como os governadores e seus deputados, que agem como intermediários entre o governo central e os municípios, são eleitos a cada quatro anos. Até então, essas nomeações eram feitas sem muita supervisão e pareciam ter raízes em práticas de compadrio.

Com as novas medidas implementadas pelo governo, a eleição de governadores agora passará por um escrutínio público. As recentes modificações nos regulamentos das leis sobre os Conselhos de Desenvolvimento Urbano e Rural permitirão que a convocação de candidatos seja pública, com uma lista restrita de três candidatos para avaliar a documentação. Além disso, a nova regulamentação prevê que a sociedade civil tenha três dias para apresentar objeções à lista de candidatos. Esses ajustes foram bem recebidos por muitos, que veem isso como uma mudança positiva para o sistema político do país.

Entre os 1.516 candidatos que buscam um cargo, estão líderes comunitários indígenas como Luis Pacheco, Angelina Aspuac e Rigoberto Juárez Mateo. Pacheco, que é ex-presidente da 48 Cantones, uma das maiores organizações indígenas do país, comentou: “Esta é a primeira vez que participo. As autoridades indígenas me motivaram após os eventos do ano passado em defesa da democracia”, destacando a importância desse momento para as comunidades indígenas.

Entretanto, não faltaram críticas à iniciativa. Deputados da oposição no Congresso alegaram que contestariam o processo de eleição de governadores e insinuaram que o presidente Arévalo fez alterações devido ao apoio que recebeu dos líderes indígenas durante os protestos. No entanto, os líderes indígenas negaram veementemente essas alegações, garantindo que o processo seguiu os procedimentos legais estabelecidos.

Fica claro que, independentemente das críticas, há um sentimento generalizado de que o governo está propondo uma abordagem territorial para atender às necessidades da população e promover o desenvolvimento. Além disso, o presidente Arévalo se comprometeu a criar mais oportunidades para que os povos indígenas sejam representados, o que foi bem recebido pelas organizações que apoiaram os protestos. O cenário político na Guatemala continua a evoluir à medida que o país se prepara para um novo ciclo de liderança departamental. O presidente deve receber a lista final no início de março e, a partir dela, selecionar os novos governadores dos departamentos. Esse processo se mantém sob escrutínio e continuará a ser acompanhado de perto nos próximos dias.

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