Líderes do Brics, com presença destacada de Lula, debatem expansão do bloco em encontro na África do Sul.

Nesta terça-feira, uma reunião de líderes do Brics, composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, terá como ponto principal a possibilidade de ampliação do número de membros do bloco. Para que novas nações possam fazer parte, é necessário que cumpram uma série de critérios, incluindo a defesa de uma reforma das Nações Unidas.

Atualmente, três dos cinco membros do Brics, Brasil, Índia e África do Sul, são candidatos a uma vaga permanente no Conselho de Segurança da ONU. A Rússia já declarou apoio ao Brasil, enquanto a China não tomou uma posição clara, indicando que não concorda com a ampliação. Atualmente, Rússia, China, Reino Unido, Estados Unidos e França possuem status de membros permanentes com direito a veto no Conselho de Segurança.

Os debates entre os membros do Brics ocorrerão dois dias antes de uma reunião com representantes de cerca de 40 países convidados, na quinta-feira. Diversas nações, como Venezuela, Argentina, Irã, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Cuba, República Democrática do Congo, Comores, Gabão, Cazaquistão e Paquistão, manifestaram interesse em ingressar no bloco, com 23 nações oficialmente pedindo para entrar.

Segundo informações divulgadas pelo jornal O Globo na última sexta-feira, o governo brasileiro inicialmente era contra a ampliação do número de membros do Brics, porém passou a admitir a entrada de outras nações desde que cumpram critérios estabelecidos. Além da questão da ONU, os países interessados também teriam que disponibilizar recursos para o Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), também conhecido como Banco do Brics.

O Brasil também sugere a criação de uma segunda forma de associação, além dos membros do grupo, denominada de “parceiros”. Esses parceiros teriam algumas diferenças em relação aos membros, como por exemplo, a falta do direito a voto, similar ao que ocorre no Mercosul.

Na quarta-feira, Lula irá participar de duas sessões do Brics, junto com o presidente chinês Xi Jinping, o presidente sul-africano Cyril Ramaphosa e o primeiro-ministro indiano Narendra Modi. O presidente russo Vladimir Putin, que possui um mandado de prisão do Tribunal Penal Internacional, devido ao seu envolvimento em um massacre na Ucrânia, participará das reuniões de forma virtual.

Outro tema a ser abordado pelo presidente Lula durante as conversas é a criação de uma moeda comum para transações entre os países do bloco, diminuindo a dependência do dólar nas operações internacionais.

Lula chegou em Johannesburgo na segunda-feira acompanhado da primeira-dama, Janja, e da ex-presidente Dilma Rousseff, atual presidente do Banco do Brics. A comitiva brasileira também conta com a presença do ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

Nesta terça-feira, Lula terá um encontro com representantes do Congresso Nacional Africano, participará do Fórum Empresarial dos Brics, uma reunião no Retiro de Líderes e um jantar de boas-vindas oferecido pelo presidente africano.

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