As partes envolvidas têm enfrentado uma guerra que já dura mais de dois meses e diante da pressão internacional, parecem dispostas a estabelecer uma segunda trégua. A primeira, que durou uma semana, resultou na libertação de 105 reféns sequestrados pelo Hamas e de 240 palestinos detidos em prisões israelenses.
As negociações no Egito contarão com a presença de Abbas Kamel, diretor do serviço de inteligência egípcio. Segundo um comunicado do Hamas, Haniyeh está no Cairo “para negociações com autoridades egípcias sobre o desenvolvimento da agressão sionista na Faixa de Gaza e outros temas”.
Além disso, uma fonte do grupo terrorista afirmou que as negociações se concentrarão em “interromper a agressão e a guerra, preparar um acordo sobre a libertação de prisioneiros (palestinos) e acabar com o cerco imposto à Faixa de Gaza”.
Israel prometeu “aniquilar” o Hamas, que governa Gaza desde 2007, e já realizou uma ofensiva que resultou em inúmeras mortes e sequestro de reféns. O presidente de Israel, Isaac Herzog, declarou na terça-feira que o país está “preparado para outra pausa humanitária e ajuda humanitária adicional para facilitar a libertação de reféns”.
Há também relatos de que o Mossad, serviço de inteligência israelense, se reuniu recentemente com autoridades do Catar e da CIA para discutir um possível acordo de libertação de reféns. O Catar, com apoio do Egito e dos EUA, desempenhou um papel crucial na negociação da trégua de uma semana em novembro.
O território palestino enfrenta uma crise humanitária, com a maioria dos hospitais fora de serviço e grande parte da população em fuga. De acordo com relatório da ONU publicado nesta quarta-feira, metade da população de Gaza sofre de fome extrema ou grave, e a falta de água, alimentos e saneamento está levando a um aumento alarmante de mortes por doenças.
Com suas casas em ruínas, muitos habitantes de Gaza estão buscando refúgio em abrigos superlotados, lutando para encontrar comida, água e atendimento médico.
As negociações na ONU para acelerar o envio de ajuda humanitária à Faixa de Gaza também estão em curso, com o Conselho de Segurança buscando evitar o veto dos EUA a uma resolução que inicialmente pedia um “cessar urgente e duradouro das hostilidades” em Gaza.
Em meio a esse cenário, o líder do Hamas busca chegar a um acordo para estabelecer uma nova trégua e, assim, aliviar a crise humanitária que assola Gaza. A comunidade internacional segue acompanhando de perto as negociações, diante da urgência em salvar vidas e garantir o mínimo de condições para a população local.