Lei-ônibus de Milei enfrenta resistência e reformas econômicas geram controvérsia no Congresso da Argentina.

O presidente da Argentina, Javier Milei, enfrenta resistência política e judiciária para aprovar seu “megadecreto” com medidas de liberalização da economia e contenção do déficit público do país. Anteontem, o presidente diluiu ainda mais seu decreto em uma tentativa de obter a aprovação do Congresso, demonstrando a forte resistência que sua “terapia de choque” enfrenta. Além disso, a Justiça tem dado decisões desfavoráveis ao governo, contribuindo para o cenário turbulento que Milei enfrenta.

As reformas radicais impulsionadas pelo ultraliberal presidente desde que chegou ao poder enfrentam obstáculos políticos, econômicos e judiciais, além de uma greve geral que mobilizou dezenas de milhares de pessoas na semana passada. O futuro das reformas é incerto em diversos cenários, gerando dúvidas sobre o destino da economia argentina.

As medidas de Milei resultaram em uma alta inflação de 211% em 2023, a mais alta em 30 anos na Argentina. O salário mínimo de 150.000 pesos e o alto preço da cesta básica têm impactado negativamente o poder aquisitivo dos cidadãos e das empresas. Além disso, a indústria automotriz enfrenta dificuldades para comprar peças no exterior devido à desvalorização da moeda.

Apesar das dificuldades, o governo conseguiu aumentar as reservas monetárias internacionais em 4 bilhões de dólares, e o FMI sinalizou a liberação de um programa creditício de 44 bilhões de dólares para a Argentina. O ministro da Economia, Luis Caputo, afirmou que o governo está tomando medidas necessárias, mesmo que desagradáveis, para estabilizar a economia do país.

No entanto, as medidas de Milei têm enfrentado resistência social, com sindicatos organizando uma greve geral contra o ajuste fiscal e as reformas do presidente. A oposição também se opõe aos impostos a exportações regionais, à diminuição de aposentadorias e às privatizações propostas pelo governo.

Diante das objeções da oposição, o governo retirou quase 150 reformas do texto original, mas ainda enfrenta resistência para a aprovação da “Lei Ônibus”. Além disso, a Justiça questionou a validade do mega Decreto de Necessidade e Urgência (DNU) de 366 artigos ditado por Milei em dezembro, aceitando mais de 60 recursos contra o decreto.

Dessa forma, o presidente Milei se vê diante de um cenário desafiador, com a necessidade de superar obstáculos políticos, econômicos, judiciários e sociais para garantir o sucesso de suas reformas e estabilizar a economia do país. A incerteza em relação ao futuro das medidas propostas pelo presidente argentino traz dúvidas sobre a governabilidade e a estabilidade econômica do país.

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