JUSTIÇA – TSE decide anular votos do PROS em Belo Horizonte por fraude na cota de gênero nas eleições de 2020

Em decisão histórica, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) determinou nesta terça-feira (12) a anulação dos votos recebidos pelo antigo partido PROS na Câmara de Vereadores de Belo Horizonte durante as eleições de 2020. A decisão, tomada por unanimidade pelos ministros, foi motivada pela constatação de fraude na cota de gênero, com a utilização de candidaturas femininas fictícias para aparentar o cumprimento da obrigação de 30% das candidaturas reservadas às mulheres.

Com a determinação do TSE, a Justiça Eleitoral terá a responsabilidade de recontar os votos recebidos pelo PROS e redistribuir as cadeiras conquistadas pelo partido nas eleições municipais do ano passado. A situação afetará diretamente os vereadores Wesley Moreira e César Gordin, ambos eleitos pelo PROS. No entanto, a cassação dos parlamentares ainda aguarda a confirmação do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) de Minas.

O ministro Floriano de Azevedo Marques, relator do processo, foi o responsável por proferir o voto favorável à anulação dos votos e cassação dos vereadores. De acordo com Marques, as candidatas mulheres indicadas pelo partido não demonstraram comprometimento com suas campanhas eleitorais, chegando inclusive a promover candidaturas masculinas nas redes sociais.

Em suas palavras, o ministro destacou: “Nem no início da campanha ou logo depois de registradas as candidaturas há qualquer demonstração de atos de campanha. É como se as candidatas tivessem declarado terem intenção de participar [do pleito] e, uma vez registradas as candidaturas, tivessem desistido. Todas as candidatas ao mesmo tempo”. Os demais ministros do TSE, incluindo o presidente Alexandre de Moraes, seguiram o voto do relator e concordaram com a anulação dos votos e a cassação dos vereadores eleitos pelo PROS.

A decisão do TSE representa um marco no combate à fraude eleitoral e à desigualdade de gênero na política, demonstrando o comprometimento da Justiça Eleitoral em assegurar a lisura e a legitimidade do processo democrático.

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