JUSTIÇA – Polícia de São Paulo indicia manifestantes do MPL por tentativa de abolir o Estado Democrático de Direito

Na última quinta-feira (18), a Polícia Civil de São Paulo indiciou os manifestantes detidos durante o ato do Movimento Passe Livre (MPL) na capital paulista. Segundo as autoridades, as acusações incluem o crime de tentar abolir o Estado Democrático de Direito, tipificação criminal semelhante à imposta contra os participantes dos atos antidemocráticos de 8 de janeiro em Brasília.

A manifestação teve lugar na Praça da República, no centro de São Paulo, resultando na prisão de quatro homens, com idades entre 22 e 25 anos, e uma mulher de 18 anos. Além disso, um menor de 16 anos foi apreendido e entregue aos responsáveis mediante assinatura de termo de compromisso para apresentação à Justiça. Todos os adultos foram liberados provisoriamente após passarem por audiência de custódia no dia seguinte, mediante pagamento de fiança de R$ 1 mil. Eles foram também proibidos de deixar a Comarca de São Paulo por mais de 8 dias sem autorização da Justiça.

Jorge Ferreira, advogado que participou da defesa dos detidos, alegou que as prisões foram ilegais, com abordagens discriminatórias e sem motivação. Ele destacou que as acusações de associação criminosa são infundadas, uma vez que os manifestantes não se conheciam e não tinham intenção de cometer crimes.

A manifestação contou com a presença de um forte efetivo policial, incluindo a Tropa de Choque, a Força Tática e o Batalhão de Ações Especiais de Polícia (Baep). Prisões foram realizadas dentro da estação República do metrô antes mesmo do início do ato, sendo que um dos detidos teve o pescoço apertado contra o chão pelos agentes do Baep.

A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo justificou a atuação policial, afirmando que a ação foi preventiva, visando evitar danos ao patrimônio e a pessoas. Durante a abordagem, foram encontradas facas, tesouras, estiletes, explosivos plásticos, baterias e escudos com os manifestantes. Os celulares deles também foram apreendidos.

A defesa dos detidos, no entanto, alega que a ação da polícia foi desproporcional e que a criminalização da luta social é injusta. Eles argumentam que os manifestantes estavam lutando contra o aumento da tarifa e não havia intenção de cometer crimes. A situação deve continuar a ser acompanhada e debatida nos próximos dias.

Jornal Rede Repórter - Click e confira!




Botão Voltar ao topo