JUSTIÇA – Partidos entram no STF para garantir eficácia do marco temporal para demarcação de terras indígenas em ação contra veto presidencial.

Os partidos políticos PL, PP e Republicanos apresentaram uma ação ao Supremo Tribunal Federal (STF) na quinta-feira (28) com o objetivo de assegurar a eficácia do projeto de lei que estabelece a tese do marco temporal para demarcação de terras indígenas. Essa tese determina que os indígenas só têm direito às terras que estavam sob sua posse em 5 de outubro de 1988, data da promulgação da Constituição Federal, ou que estavam em disputa judicial na época.

No dia 14 deste mês, o Congresso Nacional derrubou o veto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao projeto de lei que validou o marco temporal. Antes dessa decisão, o Supremo já havia se posicionado contra o marco. A justificativa do veto presidencial foi a decisão da Corte, levando em consideração a discordância entre os poderes sobre o conteúdo normativo.

Na ação encaminhada ao Supremo, os partidos argumentam que o Congresso exerceu sua competência legislativa ao validar o marco temporal. Eles destacam que, em um regime democrático, a última palavra sobre um assunto deve ser do Poder Legislativo, como a verdadeira casa da democracia. O ministro Gilmar Mendes foi escolhido por meio de sorteio eletrônico para relatar a ação, sem previsão de prazo para decisão.

Após a derrubada do veto ao marco temporal, a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) anunciou que irá protocolar no STF uma ação em busca da prevalência do veto presidencial.

Essa disputa entre os poderes e a busca pela definição do marco temporal para a demarcação de terras indígenas revelam a complexidade e a sensibilidade desse tema. As ações tanto dos partidos políticos quanto dos povos indígenas mostram a importância e a repercussão que esse assunto possui dentro da sociedade brasileira. O desfecho desse impasse certamente terá impacto significativo tanto na comunidade indígena quanto no cenário político do país. A equipe jurídica do Palácio do Planalto e a Apib aguardam ansiosamente pela decisão do ministro Gilmar Mendes sobre esse tema crucial para muitas comunidades indígenas no Brasil.

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