JUSTIÇA – MPE-BA aguarda compartilhamento de provas da Polícia Civil sobre assassinato de líder quilombola para avaliação conjunta com a Polícia Federal.

O assassinato de Maria Bernadete Pacífico Moreira, conhecida como Yalorixá Mãe Bernadete, no Quilombo Pitanga dos Palmares, em 18 de agosto deste ano, em Simões Filho, na Bahia, chocou a comunidade quilombola e está sendo alvo de investigações por parte do Ministério Público Federal (MPF-BA) e da Polícia Federal (PF).

O MPF-BA aguarda o compartilhamento das provas do inquérito colhidas pela Polícia Civil baiana para avaliar se há alguma lacuna na apuração conduzida pelas autoridades estaduais, e se há possibilidade de identificação da competência federal. A Justiça Federal da Bahia pediu o compartilhamento das provas da investigação conduzida pelas autoridades locais no último dia 24 de outubro, mas ainda não obteve os documentos.

O procurador da República Ruy Nestor Bastos Mello, responsável por monitorar o inquérito aberto pela Polícia Federal para investigar a morte de Mãe Bernadete, explicou que a PF fez algumas diligências sobre o caso, mas que não teve acesso a toda documentação, o que prejudicou a efetividade da investigação.

No entanto, o Ministério Público Estadual (MPE) denunciou cinco pessoas pelo assassinato de Mãe Bernadete, alegando como motivo torpe a retaliação de um grupo responsável pelo tráfico de drogas na região. A família da vítima rejeita essa linha de investigação, afirmando que os envolvidos com o tráfico teriam sido contratados para livrar “gente grande por trás” do crime.

Além disso, a morte do filho de Mãe Bernadete, Flávio Gabriel Pacífico dos Santos, conhecido como Binho do Quilombo, em 2017, também está sendo investigada pela Polícia Federal. A família acredita que as mortes de Binho e Bernadete estão ligadas pelos mesmos mandantes.

O Ministério Público e a Justiça estaduais da Bahia foram procurados para comentar sobre o assunto, mas até o momento não houve retorno. A Justiça estadual emitiu parecer favorável ao compartilhamento de provas com o MPF e a PF, inclusive enviando a denúncia de forma documentada para os órgãos federais.

Os casos de Maria Bernadete Pacífico Moreira e Flávio Gabriel Pacífico dos Santos são sensíveis e representam muito para a comunidade quilombola. O MPF-BA e a PF estão atuando com a máxima atenção possível para esclarecer os fatos e buscar por justiça. A investigação segue em andamento para esclarecer os motivos por trás dessas mortes e identificar os responsáveis por esses crimes hediondos.

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