De acordo com o Ministério Público, o crime teve motivação política, o que o torna ainda mais perturbador. Eric, descontente com a derrota do então presidente Jair Bolsonaro, utilizou sua condição de colecionador, atirador e caçador para perpetrar os assassinatos. As vítimas, fiéis apoiadoras de Lula, foram as trágicas consequências dessa reação violenta e intolerante à derrota nas urnas.
Durante o julgamento, o réu fez uma confissão perturbadora e, aparentemente arrependida, pediu perdão aos familiares das vítimas. Eric afirmou: “Eu sei que errei e que mereço ser condenado. Me lembro de pouquíssimas coisas daquele dia. Há um tempo atrás, eu me arrependi de não ter conseguido tirar minha vida naquele dia. Eu aceito, por conta de todo o meu arrependimento, passar por toda cadeia que tenho que passar”. As palavras do réu não foram suficientes para mitigar a dor dos familiares das vítimas ou para atenuar a gravidade do crime cometido.
A sentença, que impôs a Erick Hiromi Dias a pena máxima permitida pela legislação brasileira, reflete a intolerância e a violência que frequentemente permeiam o debate político no país. Trata-se de um trágico exemplo do extremismo que pode resultar em consequências irreversíveis e devastadoras para as famílias das vítimas.
Eric já se encontra privado de sua liberdade, não tendo o direito de recorrer da sentença em liberdade. O caso, além de evidenciar a necessidade de um debate político pautado no respeito e na tolerância, serve como um alerta para os perigos da radicalização das convicções políticas. Que a justiça cumprida no Tribunal do Júri de Iporã traga ao menos um mínimo de conforto para os entes queridos das vítimas. É um lembrete de que as consequências de nossas ações, especialmente em um contexto político, podem ser trágicas e irreparáveis.